Segundo dados do IBGE, a produção industrial brasileira obteve uma queda de 0,6% em outubro, fazendo o setor acumular uma perda de 3,7% em cinco meses seguidos. Perda remete à sequência de 2015, momento auge de crise do setor no país.
sexta-feira 3 de dezembro de 2021 | Edição do dia
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Parece que tudo vai mal no Brasil, com exceção de lucros dos bancos e a setores do capital financeiro. Após anúncio de queda do PIB no terceiro trimestre de 2021, a nova informação é de mais uma queda na produção industrial.
Esse acúmulo de perda da produção de 3,7% supera qualquer queda desde o primeiro semestre de 2015, quando a recessão brasileira levou à produção industrial ver uma queda de 6,7%.
Apenas em dois meses de 2021 houve crescimento da indústria: em janeiro (0,2%) e em maio (1,2%). Se comparada a produção industrial de agora com períodos pré-pandêmicos, como fevereiro de 2020, a indústria está operando em patamar 4,1% inferior.
Há um verdadeiro processo de desindustrialização no Brasil, cujas razões estruturais remetem a décadas, mas que vem se acelerando nos últimos anos com o governo Bolsonaro. A tendência é aumentar demissões no setor, ampliando desemprego, bem como obrigar o país a importar mais mercadorias, com aumento de preços.
Trata-se de um movimento de reprimarização da economia, beneficiando o agronegócio, bem como setores do capital financeiro - estão aprofundando o caráter semi-colonial do país em detrimento dos direitos sociais da maioria da população.
Combinado a isso, há uma crise de semicondutores a nível internacional que impacta as metalúrgicas do país, afetando o conjunto do setor. A crise capitalista mundial, combinado aos efeitos da pandemia, cobra seu preço em todos os lugares.
A cada dia que passa vemos que a ladainha de que a reforma trabalhista iria melhorar a situação do emprego e da indústria era mais um conto para tentar engambelar o povo.
