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Inglaterra x Irã | Iranianas no estádio e protesto de jogadores de Inglaterra e Irã furando o bloqueio da FIFA marcam o segundo jogo da Copa

Válido pelo grupo B, o primeiro jogo desta segunda-feira, a Inglaterra amassou o Irã por 6x2, sendo a primeira goleada dessa copa, porém o jogo foi marcado por acontecimentos extra campo.

segunda-feira 21 de novembro de 2022 | Edição do dia

Antes da bola rolar, sete seleções europeias anunciaram que não iriam mais entrar em campo com a bandeira LGBTQIA + na braçadeira de capitão, em protesto contra a criminalização de relações homoafetivas no Catar. Visto que a FIFA anunciou que ao entrarem em campo os capitães das seleções estariam automaticamente com cartão amarelo. A seleção inglesa manteve uma posição de protesto se ajoelhando no gramado antes da partida. O ato de se ajoelhar antes dos jogos se tornou comum depois do assassinato de George Floyd pela polícia americana em 2020, assassinato que desencadeou o movimento Black Lives Matter que se iniciou nos Estados Unidos, mas que rapidamente se espalhou pelo mundo.

Do lado do Irã também houveram protestos no início da partida. A seleção Iraniana permaneceu calada durante o hino de seu país, mostrando solidariedade com os protestos que a mais de dois meses vem ocorrendo no Irã, desencadeados pelo assinato da jovem Mahsa Amini de 22 anos. Atos que se iniciaram como uma mobilização das mulheres em revolta ao assinato de Mahsa, mas que levou toda a população a se solidarizar e se mobilizar se somando nos atos e até mesmo realizando greves de apoio.

Outra cena marcante vista no jogo foi a presença de mulheres iranianas nas arquibancadas. Infelizmente essa é uma cena rara de se ver, já que no Irã as mulheres não são permitidas assistir partidas de futebol masculino.

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Nesta goleada, um jogo de uma rivalidade mais geopolítica que futebolística o que marcou foi o conservadorismo da FIFA em proibir manifestações políticas nos jogos, a solidariedade dos jogadores iranianos com a mobilização das mulheres e de seu país e as escandalosas proibições de países teocráticos, evidenciando mais uma vez a necessidade de um estado laico em que religião e estado sejam assuntos separados.




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