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América do Sul | Jornada de luta na Argentina nesta quarta-feira contra o ajuste fiscal

Nesta quarta-feira, o sindicalismo combativo, as organizações de desempregados e a esquerda argentina sairão às ruas em todo o país de maneira independente da burocracia dirigente das grandes centrais sindicais. Na região metropolitana, eles começarão apoiando as ações do sindicato do setor pneumático e marcharão até a Plaza de Mayo, onde realizarão um ato contra o ajuste fiscal do FMI e do governo, a favor das lutas em curso, por reivindicações salariais e outras causas. Vão exigir uma greve nacional por parte da CGT e da CTA, as maiores centrais sindicais do país.

terça-feira 16 de agosto de 2022 | Edição do dia

Esta quarta-feira será um dia de luta na Argentina, apesar das direções da CGT e da CTA. O superministro Sérgio Massa confirma que veio para dar uma reviravolta no ajuste fiscal do FMI. Enquanto o país atinge a inflação mais alta em 20 anos e milhares de meninos e meninas pulam uma refeição por dia. A agitação social continua a crescer e as lutas da educação percorrem várias províncias. Mendoza, Santa Fe, Chubut, Santa Cruz, para citar algumas. Governadores de todas as cores políticas aplicam ajustes. É por isso que surgem conflitos que forçam a liderança burocrática dos sindicatos a tomar medidas. As organizações sociais continuam se mobilizando e o conflito do pneumático conta 3 meses.

O governo de Fernandez e Cristina, a oposição de direita e o FMI querem descarregar a crise sobre os trabalhadores. Sua promessa de "estabilidade" é à custa de mais ajuste e pobreza para a grande maioria.

Nesse quadro, a CGT teve que convocar uma marcha, o que não pôde esconder seu alinhamento com o governo. Uma marcha folclórica.

Por isso, o sindicalismo combativo, a esquerda e as organizações de desempregados independentes decidiram convocar para essa quarta um dia independente em repúdio ao ajuste fiscal, em apoio às lutas e com uma exigência à CGT (e a CTA), que quebrem a subordinação ao governo e convoquem assembleias e uma greve geral para iniciar um plano de luta por todas as reivindicações do povo trabalhador.

A chamada à mobilização será em todo o país. Na região metropolitana, começará com o apoio às medidas convocadas pelos trabalhadores dos pneus e pela SUTNA, que entrarão em greve após o meio-dia e convidam para uma concentração nas três principais fábricas (Fate, Pirelli e Bridgestone) às 13h30, seguindo com mobilizações e ações no entorno. O dia segue com um ato na Plaza de Mayo, onde participarão todas as correntes do sindicalismo combativo, as organizações de desempregados independentes, a Frente de Esquerda Unidade e outras correntes de esquerda, assim como a juventude trabalhadora e estudantil.

Na convocação do sindicalismo combativo, resumem as principais reivindicações da marcha: “aumento imediato de salários, aposentadorias e planos sociais, com atualização automática mensal de acordo com a inflação, que garantam que nenhuma família viva abaixo da cesta básica familiar. Para isso, é preciso exigir a reabertura das negociações paritárias, que fecharam todas abaixo da inflação anual, próxima de 100%. Exigimos salário e aposentadoria para cobrir a cesta básica e a universalização dos planos sociais”. Mas também propõem "um plano econômico e social operário para que a crise seja paga pelos capitalistas e não pelos trabalhadores", com medidas que apontam para o não-reconhecimento da dívida, a nacionalização do sistema bancário e das empresas privatizadas, sob o controle e administração dos trabalhadores, entre outras medidas.

O PTS, partido irmão do MRT que impulsiona o Esquerda Diário, realizou nestes dias assembleias em diferentes localidades da Argentina onde votaram pela sua participação na jornada, apoiando as lutas e a mobilização unitária. Levantarão o documento "Seis medidas para enfrentar a crise" que tem sido divulgado em centenas de locais de trabalho. Estarão presentes desde o início do dia apoiando as ações educativas e em cada fábrica de pneus, para depois marchar para a Plaza de Mayo e o resto das chamadas em diferentes províncias. O Movimento de Agrupações Classistas, a Rede de juventude e toda a militância estarão presentes para convergir com o restante das organizações.

Esta quarta-feira será um passo importante na luta da esquerda e dos setores em luta na luta por uma outra saída para a crise que a Argentina atravessa.




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