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LULA NO JN | Lula de mãos dadas com a direita abraça Tucano espancador de professor como parte da família

A entrevista de Lula no Jornal Nacional desta quinta-feira, 25/08/2022, deixou mais do que evidente o quanto o ex-presidente deseja se aliar com a direita e os empresários. Ao longo da sabatina, Lula elogiou Alckmin inúmeras vezes, em claro aceno à burguesia e à direita. Esse é um grande exemplo do que não fazer para derrotar os ataques e reformas frutos do regime do golpe.

sexta-feira 26 de agosto de 2022 | Edição do dia

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Durante a entrevista do ex-presidente Lula ao JN, a Rede Globo, que foi um dos atores do golpe institucional de 2016, mostrou que está pronta para se reconciliar com o petista, ao mesmo tempo em que busca sua maxima subordinação aos pontos economicos. A entrevista foi aberta com os entrevistadores dizendo que Lula não deve nada à justiça, mesmo a emissora tendo dedicado muito esforço e tempo de tela à Lava-Jato em 2016, demonizando o PT e exaltando Sérgio Moro.

Lula fez o seu melhor para lavar a cara de Alckmin, seu vice. Disse que Alckmin foi o melhor governador do estado de São Paulo, mesmo sabendo que ele foi um dos mais habilidosos quadros da burguesia em combater a classe trabalhadora. Alckmin é famoso por colocar a polícia nas ruas para espancar professores, reprimir greves e até mesmo roubar dinheiro da merenda de alunos de escola pública.

Mesmo assim, o ex-presidente se orgulha em declarar que “nunca antes na história desse país houve uma chapa como Lula e Alckmin para garantir estabilidade interna e externa.” O contexto dessa frase é que o petista estabelece que para se governar um país é necessário credibilidade, previsibilidade e estabilidade. Esses três fatores dialogam com a burguesia nacional e internacional, pois na visão de Lula, o governo deve ser confiável para os empresários, deve anunciar suas medidas com antecedência e garantir que o terreno para os investimentos privados se mantenha em condições mais estáveis, significando piores condições de vida para os trabalhadores. Durante os governos do PT houve o avanço de muitas políticas de ataque ao trabalhador, como a lei da terceirização, que abriu espaço para um tipo de trabalho muito precarizado, com menos direitos e que divide a classe. O trabalho uberizado é consequência direta das sucessivas reformas trabalhistas que se aprofundaram com Temer e Bolsonaro, mas tiveram seu início nos governos do PT. A aliança com Alckmin é uma prova de que Lula não irá se enfrentar até o fim com essas reformas, e garante à burguesia seus lucros astronômicos através da exploração brutal do trabalho que é possibilitada por essas reformas.

Lula também se posicionou de forma crítica à militância, dizendo que não deve haver ódio frente a adversários políticos. Ele diz isso frente àqueles que se opõem à sua política de conciliação com a direita, àqueles que vêm criticamente os acenos à burguesia nacional e internacional e ao agronegócio, que avança sobre a Amazônia dia após dia, assassinando povos indígenas e ambientalistas. “Militância é igual time de futebol, não existe inimigo, não existe ódio”, disse. Parece que Lula se esquece que Alckmin odeia os trabalhadores assim como a extrema-direita de Bolsonaro, e não tem a mínima intenção de governar para as classes mais baixas, ao contrário, busca fortalecer o grande capital.

É necessário enfrentar a extrema-direita e os ataques na luta de classes, não se aliando com a Alckmin e a direita. A política de Lula apenas evidencia seu caráter de conciliação de classes, onde na verdade quem sempre sai perdendo é a classe trabalhadora. Não é possível sair dessa situação de aumento da miséria sem um plano consequente de revogação de todas as reformas e das privatizações em curso. É preciso que a classe trabalhadora se organize de forma independente para impor que as jornadas de trabalho sejam reduzidas sem que se reduzam salários, para que todos possam trabalhar. Para isso é necessário que as direções majoritárias, como a CUT e a CTB organizem um verdadeiro plano de lutas contra Bolsonaro e todo programa econômico que também é da direita tradicional representada por Alckmin.




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