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Novo ministro | Lula nomeia direitista para Defesa: Múcio já foi da ARENA, PSDB, “paixão” de Bolsonaro e ajudou no golpe de 2016

José Múcio Monteiro, novo ministro da Defesa do governo Lula, possui trajetória de vida reacionária. Foi da ARENA durante mais de uma década, passou por partidos de direita como PFL, PSDB e atualmente está no PTB de Roberto Jefferson, Bolsonaro já se disse “apaixonado” pelo homem e em 2016 apoiou o golpe contra Dilma. Nomeação indica pacto com militares e extrema-direita.

sábado 10 de dezembro de 2022 | Edição do dia

Sob os auspícios da fama de bom articulador e talentoso negociador, José Múcio é um dos cinco primeiros nomes a encabeçar o primeiro escalão ministerial do governo Lula. Junto de Haddad na Fazenda, Flávio Dino na Justiça, Rui Costa na Casa Civil e Mauro Vieira no Itamaraty, Múcio chefiará as relações com os militares no ministério da Defesa. Sua indicação é simbólica de um governo busca pactuar com o bolsonarismo, a extrema-direita e pacificar o já degradado regime político brasileiro.

Múcio possui um currículo digno de um ministério de Bolsonaro. Inclusive não só Bolsonaro disse recentemente ser “apaixonado” por Múcio, como sua indicação por Lula foi elogiada por Hamilton Mourão, agora senador pelo RS. O general racista disse: “Tenho muito apreço e respeito pelo ministro Múcio, com quem tive excelente relação quando ele estava no TCU. Julgo que será um nome positivo para o cargo”

A justificativa petista é a de que ele tem bom trânsito com os militares e fará hábil meio de campo. Múcio, a bem dizer, já trabalhou com governos petistas. Foi líder do governo Lula em 2007 na Câmara dos Deputados e em seguida foi indicado para o cargo de ministro das Relações Institucionais. Em 2009 foi indicado para compor o Tribunal de Contas da União (onde, anos depois, foi responsável por recomendar a rejeição das contas da Dilma em 2015 e também por apontar indícios de irregularidades na época do golpe). No primeiro governo Lula, Múcio já era do PTB e teve atuação de notável defesa de Roberto Jefferson durante o escândalo do mensalão (sim, o mesmo Jefferson que atirou na PF).

Ou seja, Múcio é uma espécie de personificação de tudo o que há de mais podre em Brasília, passando pelo fisiologismo clássico do Congresso Nacional, passando pelos porões da ditadura militar até as alianças nefastas que o PT fez ao longo da sua vida - uma espécie de prosopopeia da reacionária pizza brasileira. Um veterano expert da degradada política nacional. Já passou pela reacionária ARENA (13 anos), pelo PDS (11 anos), pelo PFL de Maluf (10 anos), pelo PSDB (2 anos) e desde 2003 está no ultrarreacionário PTB, de Jefferson e do padre Kelmon (fará 20 anos em 2023).

Sua fala recente em entrevista na Globo News é extremamente significativa. Quando questionado sobre o que fazer com os golpistas do quartel, Múcio defendeu “não fazer nada”. Essa é mais uma prova de que o governo Lula não veio para combater o bolsonarismo e a extrema-direita, e sim para negociar e pactuar com eles. Múcio disse: "Deixaria que morresse no eco pra gente saber o que foi aquilo. Nós estamos há quinze dias da da passagem de comando. Criar uma confusão agora, né? Não é interesse. Eu acho até que tem gente querendo querendo que haja um problema. A melhor maneira de enfrentar quem está querendo que haja um problema é não entrar no jogo.”

Enquanto a população brasileira sofre a tragédia do bolsonarismo e do golpe de 2016, com anos de reformas neoliberais, inflação, perda de direitos e arrocho salarial, Múcio vem para pactuar com os responsáveis por essa mesma situação. Em especial com os militares, que seguem atuando como fortes árbitros da situação política, drenando recursos públicos para interesses próprios e puxando a rédea da extrema-direita quando convém.

Como nós do MRT viemos afirmando há tempos, não se combate a extrema-direita bolsonarista negociando com ela, pactuando com ela, se aliando com seus aliados. É necessário combater a extrema-direita e os ataques à população com a força da classe trabalhadora, confiando apenas em suas próprias potencialidades.




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