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Demissões Mercedes-Benz | Metalúrgicos da Mercedes de São Bernardo paralisam fábrica após anúncio de 3600 demissões

Em assembleia nessa quinta-feira, os trabalhadores da Mercedes decidiram por uma paralisação até segunda contra as 3,6 mil demissões anunciadas pela empresa. É preciso que as grandes centrais sindicais, como a CUT, organizem nacionalmente a luta contra as demissões.

sexta-feira 9 de setembro de 2022 | Edição do dia

A assembleia lotada na porta da fábrica nessa quinta mostrou que há disposição entre os trabalhadores para resistir a esse brutal ataque e fazer com que os capitalistas paguem pela crise. Os trabalhadores da Mercedes-Benz de São Bernardo decidiram por uma paralisação até segunda contra as 3,6 mil demissões anunciadas pela empresa.

A gigante alemã quer terceirizar toda a linha de produção de peças e repassar para outras empresas produzirem esses componentes. Na prática, querem jogar mais de 3 mil famílias nas ruas para ampliar seus lucros em meio à crise. Os metalúrgicos estão contando com o apoio da população da região, como os estudantes da UFABC que estão fazendo uma campanha de solidariedade.

Atrocidades como esta não são uma exclusividade da patronal da Mercedes. Processos semelhantes acontecem em toda a indústria no país, como o encerramento da Ford, o fechamento da Toyota, a suspensão da produção de veículos na fábrica da Caoa-Chery em São José dos Campos, a falta de pagamentos de salários na MWL (que foi ocupada pelos trabalhadores) e outros.

As grandes centrais sindicais, como a CUT, precisam organizar um plano de lutas nacional contra as demissões e o desemprego, unificando os trabalhadores das fábricas que estão sofrendo esses ataques, buscando responder de forma unitária com greves e manifestações conjuntas a esses problemas que estão atingindo milhões de operários. Como parte dessa luta, deveriam estar reivindicando a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem a redução dos salários, o que seria uma forma de acabar com o desemprego, empregando muito mais trabalhadores e acabando com as jornadas de trabalho extensas (situação que a reforma trabalhista piorou).

Apenas a luta dos trabalhadores pode dar uma saída. É um erro apostar que as eleições resolverão os ataques e demissões que o governo Bolsonaro e a extrema-direita estão permitindo que sejam feitos a nossa classe. Isso porque, mesmo a chapa Lula-Alckmin que se coloca como oposição, não traz uma solução para a questão da desindustrialização, e segue na aposta no Brasil como “fazenda do mundo”, deixando claro que não irão se opor aos barões do agronegócio. Já garantiram para os empresários industriais que não revogarão as reformas, e que estão juntos com a golpista FIESP em prol da suposta “democracia” dos ricos. É impossível defender os direitos do trabalhadores aliando-se com a direita e o empresariado.

Nós do Esquerda Diário saudamos a luta dos trabalhadores da Mercedes-Benz, colocamos nossas candidaturas a disposição para que essa luta triunfe e chamamos a que toda a esquerda cerque de solidariedade essa luta. Somente a classe trabalhadora, organizando-se na base dos locais de trabalho, pode dar uma saída para essa crise que os capitalistas criaram.




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