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Vaticano | Morre Bento XVI, o papa que renunciou por casos de pedofilia e corrupção

O papa emérito morreu neste sábado no mosteiro Mater Ecclesiae do Vaticano, onde vivia desde sua renúncia em 2013. No passado foi parte da juventude hitleriana, sendo um dos representantes do setor mais conservador da Igreja Católica. Os inumeráveis casos de pedofilia ao redor do mundo e os inesgotáveis casos de corrupção marcaram seu papado e sua histórica saída. Um fundamentalista do dogma que buscou até seus últimos dias seguir escondendo a sujeira embaixo do tapete.

domingo 1º de janeiro de 2023 | Edição do dia

“Com pesar informo que o Papa Emérito Bento XVI faleceu hoje às 9:34, no Mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano. Assim que possível, serão enviadas novas informações”, diz o comunicado emitido pelo diretor da Oficina de Imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, na manhã de sábado. Tinha 95 anos.

Joseph Ratzinger foi escolhido sucessor de Juan Pablo II, de quem era um estreito colaborador, no dia 19 de abril de 2005. Até aquele momento era o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, herdeira direta da Santa Inquisição criada no início do século XVI. Essa congregação se encarrega das questões referidas à moral católica, apostólica e romana.

Os ataques de Ratzinger, o grande inquisidor, foi contra qualquer avanço e conquista dos direitos sociais que questione as conservadoras e reacionárias crenças da Igreja Católica. Uma de suas primeiras declarações foi afirmar que a homossexualidade era “mal moral”. Chegou a considerar o matrimônio igualitário como “força maléfica que busca substituir Jesus Cristo”. Estabeleceu vínculos estreitos com a Opus Dei e os Legionários de Cristo, congregação fundada por Marcial Maciel, envolvida em mais de 100 casos de pedofilia e mencionada no Pandora Papers.

Durante os oito anos que durou sua autoridade no Vaticano, os casos de abusos sexuais por parte de integrantes da Igreja, os quais Ratzinger encobriu, e os escândalos de corrupção financeira, conhecido como Vatileaks, derrubaram suas aspirações e o levaram ao afastamento da cadeira dourada do Vaticano, no dia 28 de fevereiro de 2013.

Foi acusado, em um informe que se tornou conhecido em janeiro deste ano, por não ter atuado em múltiplos casos de abuso sexual e pedofilia, cometidos na igreja alemã, enquanto ocupava o bispado de Munique, entre os anos de 1978 e 1982.

Encobrimento e silêncio; uma política que, ainda que tentem transformar em sinais progressistas, forma parte intrínseca da maquinaria criminosa da hierarquia eclesiástica, da qual Bergoglio também não escapa.




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