Orgulho LGBTQI+ | “Não sou eu pela minha fé que vou condenar ninguém, pelo contrário. Todos nós somos iguais”, relata trabalhador da USP

"O que eu vejo sobre a homofobia é o mesmo que vejo sobre o racismo ao negro, ou sobre a violência contra as mulheres: eu não consigo aceitar e enxergar isso, porque no meu ponto de vista, a Bíblia mostra que Jesus Cristo abraçou todo o pessoal.

Do ponto de vista que eu vejo o pessoal evangélico colocando, eles repudiam essas pessoas, isso é o contrário do que Jesus nos ensinou pela Bíblia. Eu vejo que está tudo errado nessa forma com que esses cristãos enxergam. Pra mim, o que é pecado para Deus, por exemplo, é estar na Igreja desviando o dinheiro dos membros, isso é um pecado, mas nem por isso as pessoas repudiam tanto quanto repudiam uma pessoa que simplesmente não tem os seus costumes e seus hábitos.

Pra mim quem vai prestar conta dos seus atos é o próprio indivíduo, não sou eu com a minha fé que vou condenar ninguém, pelo contrário, eu tenho que mostrar minha fé para que a pessoa enxergue uma saída para ele refletir seus pontos de vista, mas não forçar ninguém a querer mudar, não. Cada um tem o seu direito de escolher o que quer. Eu vejo que a Bíblia nos ensina que cada um de nós vai prestar contas de nossos atos, então não é porque eu estou indo na Igreja e tenho uma fé que eu vou achar que sou melhor do que ninguém, porque o julgador não sou eu.

Todos nós somos iguais, pra mim esse lance de homofobia é coisa de pessoas que ficam criando caso para tentar tirar outras pessoas do foco e se acharem melhor. É isso que eu vejo, pra mim o ser humano não pode querer limitar o outro como se ele fosse o seu dono, eu vejo dessa maneira: a gente tem todo nosso direito de escolher pra onde a gente quer ir. Temos que escolher. E não cabe a mim e a ninguém querer apontar o destino das pessoas. Ela quem tem que decidir o que quer. Isso que eu vejo."