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Denúncia | O CPERS precisa construir a luta contra as 139 demissões de Eduardo Leite na educação

O CPERS sindicato teve acesso a um documento publicado em 11 de janeiro pela SEDUC e enviado às Coordenadorias Regionais da Educação com uma lista com 139 funcionárias de escola e professoras que terão contrato de trabalho extinto em 1 de fevereiro. No documento que circula nas redes sociais a SEDUC se esquiva afirmando que não é por vontade do empregador (do governo do estado) mas apenas por uma determinação da Constituição Federal. Um escárnio absurdo com profissionais da educação, muitos dos quais dedicaram décadas trabalhando em escolas públicas e sairão sem direito algum. É preciso exigir que o CPERS sindicato levante uma campanha imediata contra as demissões.

quarta-feira 26 de janeiro de 2022 | Edição do dia

Foto: Gustavo Mansur\Palácio Piratini

No país da fila do osso e da fome em que o desemprego beira os 15%, Bolsonaro e Eduardo Leite tiram dos pobres para dar aos ricos. Literalmente, quem paga pelo estado do RS colocar as contas em dia (o que durará apenas enquanto a fraudulenta dívida com a União estiver suspensa) são os mais pobres com a precarização dos serviços públicos, as privatizações, o congelamento dos salários do magistério que durou 7 anos, a retirada de direitos e as demissões. O mísero aumento dado por Leite não chega perto das perdas inflacionárias do período entre 2015 à 2022.

Em 2022 Eduardo Leite (PSDB) e Raquel Teixeira (secretária da educação) estão avançando em aplicar a reforma do Ensino Médio com uma brutal transformação nos currículos, diminuindo drasticamente as cargas horárias de disciplinas como Filosofia, Sociologia, Artes e jogando para escanteio a área de humanas em geral. Ao mesmo tempo professoras e professores terão que trabalhar mais tempo em sala de aula pelo mesmo salário. Antes eram 13 horas em sala de aula a cada 20 horas de contrato e agora serão 16 horas a cada 20 de contrato, lembrando que o trabalho que esses profissionais levam para casa demanda muito mais horas. Nas margens do sistema então sobram professores que são demitidos, os com contratos mais frágeis e precários.

As professoras e funcionárias de escola sob regime de contratos “emergenciais”, que há muito perderam o caráter emergencial já que muitas estão há décadas exercendo as mesmas funções dos efetivos, foram as que mais sofreram na pandemia com ameaças de demissão não podendo ficar mais de 15 dias de atestado não importando qual fosse o quadro de saúde. Muitas foram demitidas com graves problemas de saúde tratando câncer por exemplo. Uma política extremamente discriminatória que sempre visou dividir as forças de uma categoria potente que já parou esse Estado diversas vezes para lutar por uma educação de qualidade para os filhos da classe trabalhadora. Entre as demitidas estão também professoras aposentadas que voltaram com contratos porque não estavam conseguindo sobreviver com o aumento da alíquota previdenciária da reforma da previdência do RS e com tantos cortes de direitos e de salários.

O CPERS sindicato dirigido pelo PT e pelo PCdoB diante dessas 139 demissões se limitou a lançar uma nota de assessoria jurídica que justifica as demissões, ao invés de construir uma campanha contra as demissões. No site do CPERS no entanto não se menciona essas demissões e não é possível ter acesso nem ao ofício do governo nem à nota do jurídico. É preciso que nos organizemos em cada local de trabalho para exigir que nosso sindicato levante uma forte campanha contra essas absurdas e arbitrárias demissões e construa a mobilização necessária para barrar os ataques de Eduardo Leite e Raquel Teixeira até anular essa reforma da previdência nefasta.




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