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Luta por justiça | Os CAs e o DCE da USP precisam organizar nossa luta para arrancar justiça por Dom e Bruno!

Bolsonaro, militares e ruralistas são responsáveis pelas mortes de Dom e Bruno! Precisamos que as nossas entidades estudantis organizem a nossa luta, junto dos indígenas e das centrais sindicais, com o objetivo de arrancar justiça!

terça-feira 21 de junho de 2022 | Edição do dia

Os assassinatos de Dom Phillips e Bruno Pereira é daquelas notícias que doem no peito e aumentam nosso ódio de classe. Bruno, ativista político pela causa indígena, era conhecido como o "escudo dos indígenas”:

“Era um escudo dos povos indígenas, porque fazia o enfrentamento aos invasores. O Bruno já previa que isso poderia acontecer. Ele deu a vida para que houvesse a continuidade da proteção do nosso território. A morte dele é um símbolo para que a gente continue a nossa luta" [1]

Se sua morte é sem dúvidas, como muito bem disse Manoel Chorimpa - líder indígena e amigo de Bruno - um símbolo para que continuemos lutando, é também um recado de Bolsonaro, Mourão (que fez recentemente uma declaração escandalosa na qual diz que Dom morreu por “efeito colateral”) militares e ruralistas que sujaram suas mãos mais uma vez de sangue para atacar os povos originários e defender os interesses do agronegócio, cuja sede de lucro assassina cotidianamente indígenas e destrói a Amazônia.

Esses assassinatos são expressão da degradação deste regime político no qual vivemos, que é o regime do Golpe Institucional de 2016, que já assassinou a Marielle e agora tem também em sua conta as mortes de Dom e Bruno. Bolsonaro representa a face mais reacionária deste sistema capitalista que coloca os lucros acima da vida, defendendo de maneira repugnantemente a estrutura social que prioriza os interesses do agronegócio em relação às riquezas naturais da Amazônia e a vida e a cultura dos povos originários. Contudo, é fundamental ver que todos aqueles que se propõe a administrar a miséria capitalista, aliando-se com a direita, não são uma alternativa. Foram nos anos de governo do PT que o agronegócio, os militares e a bancada evangélica - setores que hoje são base de sustentação do governo Bolsonaro e os responsáveis diretos pelas mortes de Dom e Bruno - se fortaleceram e enriqueceram, sem falar que o asqueroso Ricardo Salles (que disse que aproveitaria a pandemia para “passar a boiada” na Amazônia) é cria do Geraldo Alckmin, vice de Lula.

Outros ataques da extrema-direita também vêm acontecendo nas universidades, como vimos recentemente na Unicamp com o ataque no bar do Ademir e pichações nazistas pela universidade, contra os quais os estudantes se mobilizaram. Essa ofensiva da extrema direita que se expressa na universidade, como vimos também na UFRN, reforça a necessidade do movimento estudantil batalhar para unificar as lutas e exigir justiça para Dom e Bruno que são uma das expressões do que essa extrema-direita tem de mais nojento.

Na USP, acabamos de passar por um processo eleitoral que elegeu a chapa “É Tudo pra Ontem” (Juntos!, Correnteza e UJC) para a direção do nosso Diretório Central dos Estudantes, entidade que representa os estudantes de toda a USP. É fundamental que nos inspiremos no histórico de combatividade do nosso DCE a fim de que organizemos nossa luta por justiça a Dom e Bruno para ontem! Os povos originários não podem esperar nem mais um dia para que arranquemos justiça, que não virá das mãos deste Estado que sabemos ser também culpado pelas suas mortes. É preciso organizar desde as bases todos os estudantes, por assembleias e plenárias, a fim de responder a Bolsonaro, Mourão, os militares, o judiciário e todos os setores que são responsáveis por esses assassinatos e por sustentarem o agronegócio assassino neste país.

É preciso tomar o exemplo dos trabalhadores da FUNAI que entraram em greve contra a política criminosa de seu presidente e por justiça a Bruno e Dom, além de massificar esses atos por todo país, organizado e unificando as lutas dos trabalhadores contra Bolsonaro com a luta dos povos indígenas, de ativistas ambientais e da juventude.

Nós da Faísca acreditamos que as nossas entidades estudantis, CAs, DCE, e a UNE - entidade que representa os estudantes de todo o Brasil e é dirigida pelo PT e PCdoB (partidos que também dirigem os principais sindicatos do país) - deveriam estar a serviço de construir a nossa luta, apostando na aliança da juventude com a classe trabalhadora e os setores oprimidos, como os indígenas, parando o país por Justiça a Dom e Bruno! As correntes que compõem a chapa “É Tudo pra Ontem” precisam também colocar toda a ativação política que se expressou nas eleições a serviço de construir essa luta, apontando para o DCE verdadeiramente combativo que precisamos.


[1Manoel Chorimpa, líder indígena





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