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Desaparecimento | Os crimes contra os indígenas atingem também apoiadores de sua luta

Estamos em tempos de agravo dos ataques do governo Bolsonaro contra o meio ambiente e os povos indígenas. Primeiramente, com garimpeiros, pescadores e mineradores recebendo carta branca do governo federal para atuar na destruição do meio ambiente, com exploração abusiva dos recursos naturais.

segunda-feira 6 de junho de 2022 | Edição do dia
Reprodução: OGlobo

A violência desses grupos apoiados pelo presidente se estendem perigosamente em direção ao cometimento de cada vez mais assassinatos contra os povos indígenas. Dentre os indígenas assassinados, destaques tanto para a jovem de 15 anos desaparecida em 23 de Abril, Wapichana Janielly do município de Cantá/RR, que foi estuprada, morta por garimpeiros e seu corpo encontrado amarrado em uma árvore no dia 10 de Maio, como também o jovem Guarani Kaiowá de 18 anos, Alex Recarte, morto ao sair para buscar lenha, próximo à reserva Taquaperi na cidade de Coronel Sapucaia/MS, onde morava.

Porém, desta vez, os alvos foram não indígenas que realizavam trabalhos em prol da causa indígena. O indigenista da Fundação Nacional do Índio – Funai, Bruno Araújo Pereira, e o jornalista Dom Phillips, em colaboração para o jornal inglês The Guardian, desapareceram ontem (5/Jun) quando estavam se deslocando entre a comunidade São Rafael para o município de Atalaia do Norte.

Bruno já era conhecido há anos na região por vários trabalhos realizados em aldeias indígenas na luta contra o aumento das invasões de suas terras por madeireiras e pelo garimpo. Já era de conhecimento da Funai, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal que o indigenista sofria perseguição e ameaças desses grupos criminosos.

A vinda do jornalista inglês para a região era para que ele fizesse uma visita à região do Lago do Jaburu próxima à Base de Vigilância da Funai, ocorrida no último dia 03, para aquisição de de entrevistas com grupos indígenas. As informações do desaparecimento foram dadas pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari - Univaja, constituída de diversas etnias como os Marubo, Matis e os Kanamari.

De acordo com Beto Marubo, da coordenação da Unijava, várias ameaças estavam sendo feitas à equipe de Bruno Araújo tanto quanto à própria entidade indígena, durante a semana do desaparecimento.

Exigimos o retorno com vida de todos os indígenas, ambientalista e jornalistas desaparecidos pelas mãos das milícias do agronegócio, grileiros e garimpeiros que tem aval total do estado para o cometimento de seus crimes. Devemos unir nossas forças, trabalhadores e estudantes, com as etnias indígenas que tem respondido frequentemente contra os ataques que sofrem, nos inspirando na luta índigena em Brasília contra o Marco Temporal.

O Marco Temporal, onde o STF encabeça, é mais um dos ataques que estes povos sofrem contra essa juristocracia que tem conluio nítido com a corja burguesa que chacina os povos originários e apoiadores de sua causa. Já chega de ataques, desaparecimentos e mortes de indígenas. Que Bolsonaro e seus apoiadores ruralistas, milicianos e capitalistas sejam punidos por estes crimes.




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