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Pelo fim da repressão policial e militar! Abaixo o governo golpista de Dina Boluarte! Assembléia Constituinte Livre e Soberana!

Corriente Socialista de las y los Trabajadores - CST Peru

Imagem: Isadora de Lima Romera | @garatujas.isa Tradução: Gabriel Matos

Pelo fim da repressão policial e militar! Abaixo o governo golpista de Dina Boluarte! Assembléia Constituinte Livre e Soberana!

Corriente Socialista de las y los Trabajadores - CST Peru

Publicamos a declaração política da Corriente Socialista de las y los Trabajadores, grupo que impulsiona o La Izquierda Diario no Peru, frente ao golpe parlamentar e às mobilizações em curso.

Desde que o Congresso da República destituiu Pedro Castillo por meio de um golpe parlamentar que permitiu Dina Boluarte assumir a presidência, se desenvolveram potentes mobilizações e ações de protestos em diversas regiões do país, como o bloqueio de rodovias, aeroportos e a ocupação de importantes universidades públicas pelas federações estudantis como ocorreu em Cajamarca, Arequipa e Cuzco.

Todas essas iniciativas, que visam rejeitar a nomeação de Boluarte, assim como as ações do Congresso e do conjunto das instituições que fazem parte do Estado, também revelam a profunda crise orgânica que há muito tempo o Peru vive. Essa crise também se manifesta no aprofundamento de grandes problemas sociais como o desemprego, a pobreza, a informalidade e a precariedade dos serviços sociais, assim como na crise das principais instituições do Estado, como o Executivo e o Legislativo e a crise e fragmentação dos partidos políticos.

O governo golpista de Dina Boluarte respondeu essas legítimas ações de luta do povo com uma brutal repressão policial e militar, a mesma que é incentivada pelo Congresso e pelos meios de comunicação. Essas ações repressivas já causaram a morte de pelo menos 6 pessoas, além de dezenas de feridos e detidos, sem impedir que a população continue a se somar às mobilizações e aos bloqueios de rodovias e vias de acesso.

O Governo e o Congresso começaram a espanar e atiçar o fantasma do terrorismo do Sendero Luminoso e do MRTA, buscando com isso amedrontar a população e criminalizar as lutas com o agravamento da repressão. A imprensa alternativa também denunciou o desaparecimento de jornalistas e comunicadores próximos aos setores populares, que cobriam as mobilizações da segunda-feira 12 de dezembro.

Por isso, nós da Corriente Socialista de las y los Trabajadores (CST), exigimos o fim da repressão policial, a liberdade de todos os detidos nas mobilizações, a começar por Pedro Castillo, e a aparição são e salvos de todas e todos os desaparecidos desde o início da ação policial repressiva.

Para essa quinta-feira, 15 de dezembro, a Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru, CGTP, convocou uma mobilização e jornada nacional de luta exigindo o fechamento do Congresso e a convocatória imediata de eleições nacionais. Entretanto, consideramos que essas medidas são limitadas, pois não chamam a implementar um plano de luta à escala nacional para derrotar o governo ditatorial de Dina Boluarte e convocam para lutar por uma Assembléia Constituinte. Seu chamado pelo adiantamento das eleições e pelo fechamento do Congresso é insuficiente, pois acabariam ocorrendo sob a tutela do regime de 93, que não garante em nada que a vontade do povo seja respeitada, pelo contrário, mantém intactos os critérios antidemocráticos e pró empresariais que são as causas da presente crise.

Essas mobilizações que tem se desenvolvido em diversas regiões do Peru estão abrindo a grande possibilidade de acabar com essa corrupta casta política-empresarial que converteu o Congresso Nacional em um antro de todas as forças políticas reacionárias e direitistas. Sobre a base dessas grandes mobilizações operárias, camponesas, indígenas e do povo pobre se coloca a possibilidade de impor uma Assembleia Constituinte, que seja livre e soberana, para que discutimos, desde baixo, sem nenhum limite ou condicionamento das instituições do atual regime herdado do fujimorismo, as vías de refundar o Peru, para assim avançar em resolver o conjunto de demandas e necessidades das e dos trabalhadores e do povo.

Entretanto, para que isso possa ocorrer, é necessário aprofundar a organização e a mobilização popular até a queda do governo golpista de Dina Boluarte. É urgente deter a brutal repressão que está ocorrendo contra as mobilizações populares sobre a base da massificação dos protestos e a coordenação e organização da autodefesa da população mobilizada. As organizações sindicais e sociais devem garantir o direito ao protesto enfrentando a violência e a repressão policial!

Em várias regiões estão surgindo diversas formas de coordenação. Em Loreto, por exemplo, surgiu o Comando Geral de Luta, formado a partir de uma Assembleia no sindicato de trabalhadores municipais e convocada pela Frente Patriótica de Loreto, em que participaram sindicatos e organizações sociais. Da mesma forma, os trabalhadores rurais de Ica, juntamente com a população, constituíram espaços de auto-organização para manter seus piquetes e bloqueios das vias de acesso, assim como também o fizeram os trabalhadores mineiros de Chala, em Arequipa. Essa coordenação de organizações sindicais e populares é um primeiro passo para massificar e organizar o protesto e a autodefesa, e seu exemplo deve ser seguido em cada cidade, povoado e localidade do país.

Ver também: Todo apoio à luta do povo peruano contra o governo golpista de Boluarte, apoiado por Lula!

No entanto, isso não é suficiente. É necessário avançar ainda mais na organização do protesto, estabelecendo mecanismos assembleares de deliberação e discussão permanentes, para que todas e todos os mobilizados possam determinar democraticamente o rumo dos passos a seguir, elegendo delegados e coordenando com os diversos pontos de bloqueio e mobilização. Todas essas iniciativas de organização desde as bases deverão confluir na construção de um Comando Nacional de Luta contra o governo ditatorial de Dina Boluarte.

Nesse sentido, chamamos de maneira urgente todas as organizações sindicais e sociais, operárias, camponesas, populares e do movimento de mulheres a impulsionar a mais ampla unidade de ação até conquistar a queda do governo e do regime golpista para impor a convocatória de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que permita uma ampla e profunda discussão sobre o país que querem as e os trabalhadores e o povo do Peru. Estamos certos de que essa experiências permitirá abrir as portas ao convencimento das grandes maiorias populares de que apenas com um governo das e dos trabalhadores e do povo se poderá resolver de maneira definitiva e integral os grandes problemas da terra, do território dos povos indígenas-originários, da saúde, da educação e do trabalho, o que, por sua vez, nos permitirá também avançar na edificação de uma sociedade socialista onde será erradicado definitivamente a exploração e a opressão. Uma sociedade que apenas pode ser alcançada levando essa luta à escala mundial.


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