Centenas de trabalhadores portuários vão iniciar uma greve de duas semanas a partir de segunda-feira por reivindicações salariais como parte da onda de greves no Reino Unido, no marco de uma crise inflacionária histórica.
terça-feira 20 de setembro de 2022 | Edição do dia
Centenas de trabalhadores portuários irão iniciar uma greve de duas semanas a partir de segunda-feira por reivindicações salariais como parte da onda de greves no Reino Unido no marco de uma crise inflacionária histórica. Esta greve junta-se à dos estivadores de Felixstowe, mostrando o poder estratégico que estes trabalhadores têm na economia do país ao dificultar as cadeias de abastecimento do país.
Os membros do Unite no Porto de Liverpool deixaram de operar o porto a partir desta segunda-feira à noite (hora local), após o funeral da Rainha. O sindicato Unite disse que há uma defasagem salarial em termos reais devido à elevada taxa de inflação e argumentou que os proprietários do Grupo Peel Ports podiam arcar com um aumento superior a 8,3%.
“Os trabalhadores de todo o país estão fartos de terem que perder salários e qualidade de vida enquanto os patrões especulam no mercado financeiro.” Disse um membro do sindicato Unite.
O Porto de Liverpool opera dois terminais de contêineres, Royal Seaforth Container Terminal (RSCT) e Liverpool2, com um total de 845 pessoas na divisão de contêineres. A RSCT tem conexões para vários países, incluindo Canadá, Espanha, Itália, Portugal, Chipre e Turquia, bem como serviços de alimentação que conectam Liverpool à Índia, África, América do Sul e Extremo Oriente. Liverpool 2 é um dos terminais mais modernos e operacionalmente eficientes do norte da Europa, com capacidade para receber alguns dos maiores navios porta-contêineres do mundo.
Um total de 845 pessoas trabalham na divisão de contêineres do Porto de Liverpool, que movimentou aproximadamente 525.000 contêineres em 2021. As mercadorias dentro dos contêineres foram distribuídas ao redor do mundo e incluíam importações e exportações, como varejo e produtos industriais.
Os membros do Unite nas docas de Felixstowe farão uma greve de oito dias a partir de 27 de setembro em uma luta salarial separada, enquanto os maquinistas de 12 empresas ferroviárias farão greve nos dias 1 e 5 de outubro, afetando as viagens de e para a conferência do Partido Conservador em Birmingham. Disputas de longa data no setor ferroviário permanecem sem solução após meses de ação industrial.
Esta situação mostra a posição estratégica no país que os estivadores de Liverpool, Felixstowe e da ferrovia têm. Este caminho, combinando suas reivindicações com as necessidades sociais da grande maioria, pode fazer frente à inflação, à especulação financeira e ao grande capital.
