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Mais um escândalo | Prefeitura do NOVO de Joinville (SC) tem denúncia com trabalho análogo à escravidão

Mais uma denúncia de trabalho análogo à escravidão, dessa vez na cidade de Joinville, em Santa Catarina, envolvendo serviços terceirizados prestados à prefeitura gerida pelo NOVO. Os trabalhadores comiam em Canil e são transportados dentro de um baú fechado. Jornalista que denunciou foi demitido 5 minutos depois e sindicalista foi ameaçada de morte.

quinta-feira 2 de março de 2023 | Edição do dia

Na última semana surgiram diversas denúncias de trabalho análogo à escravidão na região sul do país. Os mais de 200 trabalhadores resgatados em Bento Gonçalves escancararam a crueldade com que grandes capitalistas ampliam seus lucros. O Esquerda Diário recebeu também denúncias de espancamentos e outras barbáries contra indígenas em colheitas de maçã de Vacaria, RS. Agora a denúncia também é no sul, mas em Santa Catarina, próximo do Paraná: a cidade de Joinville.

O caso é estarrecedor: o sindicato dos servidores públicos de Joinville (Sinsej) denunciou ontem (1/03) casos de trabalho análogo à escravidão em obra do Centro de Bem-Estar Animal da cidade. Trata-se de uma obra municipal, com empresa terceirizada contratada pela prefeitura e com práticas escandalosas. Os vídeos e imagens, que podem ser visto abaixo, mostram os trabalhadores sendo transportados no baú de um caminhão como se fossem animais ou mercadorias quaisqueres. Isso em meio a um verão insuportável. Foi denunciado também que os trabalhadores se alimentavam em locais absolutamente insalubres, como canis.

O nome da empresa terceirizada que submeteu os trabalhadores a essa situação é Celso Kudla Empreiteiro Eireli, mas a prefeitura também é responsável pela barbárie. Esses trabalhadores eram, em sua maioria, migrantes e imigrantes - e no vídeo é visível como boa parte deles são negros. Outra denúncia é de que, para comer, alguns tinham descontado até R$ 800 do seus salários. Partido NOVO só no nome, pois as práticas estão mais próximas do período da escravidão do século XIX do que qualquer outra coisa. Não basta apoiar todas as reformas neoliberais dos últimos anos, que buscam explorar cada vez mais os trabalhadores em benefício dos lucros dos patrões, agora tem que avançar e contratar serviços com trabalho análogo à escravidão.

Veja vídeo e fotos publicados pelo Sinsej abaixo:

Mas a história não para por aí. Após a denúncia do Sinsej, o jornalista Leandro Schmitz publicou o caso no jornal Folha Metropolitana, da cidade, e foi demitido literalmente cinco minutos após o texto ficar online.

Agora a última notícia, tão estarrecedora quanto toda a história, é a de que a presidente do Sinsej, Jane Becker, foi ameaçada de morte andando na rua na manhã dessa quinta-feira (2). Segundo Jane, estava a caminho do sindicato quando foi abordada por um homem em uma moto que disse: “Você quer morrer? Para de se meter onde não deve”. Acelerou e foi embora.

É preciso punir os responsáveis por essa situação absurda, incluindo a prefeitura de Joinville, os donos da empresa terceirizada e os capatazes. É preciso erguer uma forte campanha de solidariedade a Jane e ao sindicato e denunciar essa ameaça de morte da patronal. Essa situação vem se aprofundando na medida em que a terceirização e a reforma trabalhista avança, por isso é preciso revogar todos os ataques neoliberais dos últimos anos.




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