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Eleições 2022 | Preparando 7 de setembro, Bolsonaro não nega seu sonho golpista em entrevista para o Jornal Nacional

Durante a entrevista de Bolsonaro para o Jornal Nacional, na maior emissora do país, entre mil e uma mentiras e atrocidades, mesmo sendo questionado diretamente por Bonner, o genocida Bolsonaro não negou suas intenções golpistas.

terça-feira 23 de agosto de 2022 | Edição do dia

A primeira pergunta do debate feita por Bonner durante a entrevista com Bolsonaro, que ocorreu nesta segunda-feira, 22/08, foi se ele respeitaria o resultado eleitoral. Também foi questionado se suas inúmeras declarações de cunho golpista, e o expresso desejo de sua base de extrema direita mais feroz neste mesmo sentido, representava realmente uma intenção de realizar um golpe.

Durante a resposta, Bolsonaro voltou a preferir confusões interessadas a respeito das urnas eletrônicas, para ao final dizer que “se as eleições forem limpas e justas” ele respeitaria o resultado. Em nenhum momento respondeu nem negou o questionamento do entrevistador sobre a intenção do golpe. Quanto a seus seguidores que se manifestam publicamente a favor de um golpe contra o processo eleitoral, a favor da ditadura militar e das torturas e perseguições do AI-5, Bolsonaro defendeu dizendo que era “liberdade de expressão”.

Bonner voltou à pergunta, oferecendo a Bolsonaro uma “oportunidade” de dizer claramente que respeitaria o resultado eleitoral. Bolsonaro não deu nenhum passo atrás, respondendo cinicamente da mesma forma, apenas se “as eleições forem limpas”.

Embora Bolsonaro esteja em um momento mais defensivo em relação às incitações de cunho golpista, desde a reunião fracassada com os embaixadores e as repercussões advindas daí, é chamativo que não recue seu cinismo e deixa nas entrelinhas que seu real desejo não é o respeito ao jogo eleitoral. Ainda mais quando está plenamente ciente de uma provável derrota, deixando ainda no ar a ameaça golpista, como carta na manga.

Bolsonaro segue estagnado nas pesquisas, com uma derrota em primeiro turno ainda não descartada. Ainda que tenha uma votação expressiva dentro da polarização eleitoral, seu isolamento para com o capital financeiro e o imperialismo norte americano, os dois principais patrocinadores de golpes latino-americanos, é maior do que nunca, reduzindo drasticamente o cenário de uma aventura golpista.

Além da declaração de confiança de Biden no processo eleitoral brasileiro, recentemente vimos um importante movimento do judiciário, apoiado pelos banqueiros da Febraban e pela patronal da FIESP, de que não estão interessados em golpes nesta eleição para seguir suas agendas econômicas de ataques, satisfeitos com uma possível vitória de Lula-Alkmin, ao contrário das eleições passadas. A Globo, entusiasta do golpe militar em 64, segue a mesma toada.

Embora a aventura golpista de Bolsonaro seja hoje muito mais sonho do que realidade, a tentativa frustrada da Globo de enquadrá-lo, mostra que ainda não desistiu de manter esperança viva dentro da sua base de extrema direita mais atroz. Também não podemos esquecer que as forças bolsonaristas estão em plena mobilização para o 7 de setembro, onde pretende-se juntar a militância mais dura da extrema direita golpista, como parte das manobras eleitorais, e quem sabe possibilitar cenas teatrais de radicalização frente a uma derrota, tal com vimos na derrota de Trump nos EUA, para manter sua base asquerosa ativa e moralizada. A correlação de forças é o real parâmetro de “confiança” de Bolsonaro nas urnas.

A esta altura já está claro que não será o enquadramento público hipócrita da Globo que irá desmobilizar a extrema direita militante, nem mesmo as cínicas manifestações pró democráticas das instâncias mais antidemocráticas do atual regime, como o judiciário, junto aqueles que mais lucraram durante os ataques e privatizações do governo Bolsonaro, como a Febraban e a FIESP.

Para derrotar a extrema direita e o bolsonarismo, que seguirá após eleições independente dos resultados, será necessário a força organizada da classe trabalhadora, junto a juventude, ao povo negro, as mulheres e aos LGBTQIA+, através da autor organização e da luta de classes, sem nenhuma confianção em consilidodres, como a chapa Lula-Alkmin. Somente a ação e a organização dos explorados e oprimidos poderá derrotar a extrema direita e seus sonhos golpistas.




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