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Eleições | Profissão Repórter flagra compra de votos para Bolsonaro em cidade do MS

Os jornalistas Caco Barcellos e Chico Bahia descobriram um suposto esquema de compra de votos para Jair Bolsonaro. A ação seria impulsionada pelo prefeito de Coronel Sapucaia, pequena cidade sul-mato-grossense na fronteira com o Paraguai.

quarta-feira 2 de novembro de 2022 | Edição do dia

Poucos dias antes da eleição no dia 30, os jornalistas do programa Profissão Repórter estavam fazendo uma reportagem em Coronel Sapucaia quando descobriram uma grande aglomeração de pessoas em um centro de moradores.

Os participantes assistiam a uma palestra sobre o programa Auxílio Brasil. Quando questionados pelos repórteres, tanto participantes quanto organizadores se negaram a responder perguntas e deram evasivas, mas admitindo que era para “demonstrar o que o presidente e o governador estão fazendo pelas pessoas”. Diante da persistência dos repórteres, um organizador se exaltou: “É melhor vocês ficarem na sua!”. Caco Barcellos descobriu ainda uma lista com nomes, telefone e CPF dos participantes, que os organizadores se negaram a responder para quê seria usada.

Logo após, uma senhora vizinha ao local da reunião revelou que eram reuniões promovidas pelo prefeito da cidade, Rudi Paetzold (MDB), para beneficiários de programas sociais do governo federal, que recebiam 50 reais ao fim da reunião. Nas palavras da moradora: “Antes não tinha essa reunião não. Disse que era para assinar o negócio do Bolsa Família. Aí ontem que eu ouvi falando que, quando acaba a reunião, o Rudi dá R$ 50 para cada um. Rudi é o prefeito daqui”

Em seguida, buscaram o prefeito Rudi Paetzold, que estava em uma gincana de escolas. Confrontados pela reportagem, o prefeito e as assessoras também foram incapazes de responder, negando, gaguejando e tergiversando sobre o assunto. Uma moradora que aceitou ser entrevistada afirmou que via as reunião como sendo uma forma de assédio eleitoral para pressionar as pessoas a votar em Bolsonaro, sob pena de, supostamente, perderem o Auxílio Brasil caso não houvesse sua reeleição.

A grave denúncia é mais uma mostra da podridão das práticas que o bolsonarismo empregou, em vão, para tentar vencer as eleições. Se valendo tanto do poder econômico de empresários como da máquina pública para ameaçar, chantagear e cooptar a população, desesperados para aumentar a votação de um presidente que odeia os trabalhadores, os pobres, os negros, as mulheres e os LGBTs. Que termina seu mandato rechaçado pela maioria da população após um legado de violência, arroubos anti-democráticos, destruição dos direitos dos trabalhadores, corrupção e centenas de milhares de mortes evitáveis durante a pandemia.

Ao final da reportagem, os jornalistas ainda receberam uma ligação sendo ameaçados: “Eu sugeriria para vocês terminar a pauta o quanto antes. Se você quiser continuar aqui na cidade trabalhando, é o teu trabalho. É assim: sua conta e risco. Mas eu conheço bem aqui a cidade. É complicado”.

Confira a reportagem:




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