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EDUCAÇÃO | Reitoria da USP quer fechar os restaurantes universitários

segunda-feira 2 de março de 2015 | 14:01

Acaba de iniciar o ano e o reitor Zago já avança no seu projeto de desmonte da Universidade de São Paulo. Com a justificativa da entrada de muitos trabalhadores no Plano de Demissão imposto pelo Conselho Universitário contra a categoria no final do ano passado, o Superintendente da Assistência Social, Waldyr Jorge – que acumula também os cargos de Superintendente do Hospital Universitário e Diretor da Faculdade de Odontologia –, tem buscado implementar o fechamento dos Restaurantes Universitários da USP, ainda que tente negar.

Sobre esse avanço na precarização do trabalho nos bandejões e na perspectiva de terceirização, Marcello Pablito Santos, trabalhador do Restaurante da Física e diretor do SINTUSP, declarou: “Já não basta o alto nível de acidentes de trabalho, restrições e assédio moral que existem devido ao ritmo desgastante de trabalho nos restaurantes e a pressão das chefias, agora o Waldir Jorge quer que aceitemos uma jornada ainda mais extenuante, com 16 trabalhadores a menos em uma das unidades que já possuía um dos maiores déficits de funcionários da USP. A reitoria e a SAS provocaram uma situação em que decidiram não contratar os trabalhadores necessários, o que provocou adoecimento e acidentes muito graves em vários trabalhadores por conta da sobrecarga de trabalho. Primeiro sucateiam e roubam nossa saúde para depois fechar e terceirizar os serviços”.

Pablito continuou: “Essas políticas logo no início do segundo ano de mandato do Zago demonstram que a linha do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, é deliberadamente aplicar também nas estaduais paulistas as mesmas medidas de sucateamento e arrocho que o governo Dilma tem aplicado nas Federais”. Pablito também disse que essa medida é apenas uma entre as demais medidas: desvinculação e desmonte do Hospital Universitário, corte de bolsas de permanência estudantil, cancelamento de matrícula das crianças nas creches, entre outras. Para Pablito, “a única maneira de deter essa política nefasta dos governos estaduais e federal é seguirmos o caminho da luta que travamos ano passado. Vimos que a reitoria e grande parte do Conselho Universitário estão alinhados na intenção de descarregar os prejuízos dos seus anos de ganância e folia sobre o dinheiro público nas costas dos trabalhadores e da qualidade da educação”.

Essa luta, segundo Pablito, deve contar com a ampla adesão dos estudantes, que já estão sendo extremamente afetados com o corte de bolsas de permanência, extensão e monitoria, além da falta de vagas nas creches e de bandejões. “São ataques diretos aos trabalhadores, aos estudantes e também à qualidade da educação e dos serviços de saúde, com o desmonte do Hospital Universitário. Para termos uma ideia, o Restaurante da Prefeitura não irá funcionar, e entre os mais de 200 funcionários que aderiram ao PDV no Hospital, 104 são somente da área da enfermagem, e não haverá recontratação de trabalhadores! Um escândalo, quando já temos, somente no Centro de Saúde Escola Butantã, mais de 1200 mulheres na fila para o papanicolau por falta de enfermeiras!”.

Segundo Pablito, os trabalhadores dos Restaurantes Universitários já começaram a dar resposta: “Aprovamos em reunião uma paralisação unificada nos bandeijões para exigir contratação de mais funcionários, a efetivação dos trabalhadores terceirizados do Restaurante da Química e impedir o fechamento do Bandejão da Prefeitura. Para isso, vamos buscar, com as creches, o Hospital Universitário e a partir do CDB, chegar nas demais unidades e, junto aos estudantes, organizar um plano de luta contra o desmonte da USP e em defesa da universidade de fato pública, gratuita e voltada às necessidades da maioria da população!”.




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