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REABERTURA DAS ESCOLAS | Retorno inseguro no ensino fundamental em BH: Kalil aliado a empresários expondo vidas

O primeiro dia do retorno das aulas presenciais no ensino fundamental em BH mostra que se trata de um retorno inseguro imposto por Kalil ao lado dos empresários. A comunidade escolar deveria decidir sobre o retorno.

terça-feira 22 de junho de 2021 | Edição do dia

Foto: Reprodução TV Globo

A partir de hoje (21) as escolas em Belo Horizonte iniciam o retorno inseguro das aulas. Essa medida foi imposta pela prefeitura de Alexandre Kalil, em acordo com donos de escolas particulares, e permite que todos os alunos do ensino fundamental retornem ao ensino presencial, em meio às 500 mil mortes por Covid no país fruto do negacionismo de Bolsonaro e da demagogia de governadores e prefeitos.

A medida foi publicada no diário oficial de sábado (19), por via do decreto 17.632/2021. E por meio dela as escolas passam poder receber até 100% dos alunos do ensino fundamental em horário normal de funcionamento. Passa a caber à direção escolar a definição sobre o limite ou não da quantidade de estudantes em sala.

Um exemplo de tamanho descaso com a população de BH em que apenas 13% foram vacinados são os donos do Colégio Santa Dorotéia, que prometem o retorno inseguro para 100% de seus alunos. Ou Colégio Marista, já tendo contado com casos de contaminação de crianças e de professores com o retorno no ensino infantil. O Colégio Loyola, Santo Agostinho, Bernoulli, Sagrado Coração de Maria, que estão entre as maiores escolas particulares de BH, também retornam de forma insegura esta semana.

Na rede pública de ensino, depois da secretária de educação do município, Ângela Dalben, jogar a responsabilidade de não contrair Covid-19 nas costas dos trabalhadores e do prefeito Alexandre Kalil impor o corte de ponto autoritariamente devido à greve sanitária, o retorno presencial inseguro também começa, para os alunos do 1º e 3º anos do ensino fundamental, quatro horas por dia e em microbolhas (nome dado aos agrupamentos de alunos e de professores e que na teoria seriam seguros para crianças e trabalhadores).

O SindRede (Sindicato de Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte), lista em nota diversos aspectos do retorno inseguro que são escondidos por Kalil e pelos empresários da educação: “Como pensar em “bolhas” seguras se as professoras tem que atender até três agrupamentos por semana, sem contar naqueles que trabalham no contra turno em escolas da rede privada? E as auxiliares de apoio ao educando, que precisam passar por até três agrupamentos por turno? Como pensar em um retorno seguro, se no primeiro dia já temos relatos de profissionais contaminados na semana anterior, quando iniciaram o trabalho presencial e que nem mesmo foram submetidos a testagem? Por falar em testagem, porque ela não é nem mencionada nos protocolos da prefeitura, ficando a cargo dos próprios trabalhadores?”.

No caso de trabalhadores terceirizados das escolas da rede municipal o descaso também é enorme, já que a prefeitura ampliou a reabertura sem ampliar o número de trabalhadores para cumprir todos os protocolos de limpeza e do acompanhamento ao educando, gerando maior exposição aos trabalhadores e à comunidade escolar e a sobrecarga de trabalho.

O retorno inseguro é imposto nas escolas pela sede de lucro de empresários da educação e pela demagogia de prefeitos como Kalil. Apenas a comunidade escolar definindo sobre o retorno presencial é que podemos colocar a vida em primeiro plano e não o lucro. Ao invés de ser Kalil e empresários da educação a definirem sobre o retorno, colocando em risco a vida de trabalhadores, jovens e crianças, deveriam haver comitês de segurança e higiene da comunidade escolar, com poderes para definir sobre o retorno ou não e as formas de funcionamento da escola.




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