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Rimbaud e os communards: por uma juventude revolucionária!

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Rimbaud e os communards: por uma juventude revolucionária!

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A figura de Arthur Rimbaud sempre esteve (corretamente) associada a uma rebeldia juvenil, um ataque frontal aos “bons-costumes” da burguesia francesa. Fugindo do seu ambiente burguês de nascença, a rebeldia de Rimbaud tem um sobressalto quando cruza a sua história um evento que marcou a história das lutas operárias e inspirou e inspira gerações de jovens revolucionários: a Comuna de Paris.

Apesar de os relatos variarem, acredita-se que Arthur Rimbaud esteve, mesmo que por pouquíssimos dias, na Comuna de Paris. Mas independente de sua presença, seu contato com a luta dos communards foi extremamente marcante para o poeta de então 16 anos. Nascido em Charleville, Rimbaud desde muito novo nutriu uma rebeldia que se tornou característica de toda a sua obra. Aluno exemplar e admirado por colegas e professores, aos 16 empreende uma série de fugas a Paris para fugir da escola, de sua mãe e do ambiente burguês de Chaleville, que pinta em seu poema “À música” (que situa na praça da estação de Chaleville) como

Na praça retalhada em canteiros mesquinhos,
Onde tudo é correto, as árvores e as flores,
Burgueses arfando asmáticos calores
Passeiam, quinta-feira à noite, os colarinhos. [1]

Mas não só foge, vai também à procura de escritores quando as “coleras loucas” o empurram a Paris, se aproxima da boemia parisiense, incluindo um círculo de escritores do qual fazia parte seu futuro caso amoroso, Verlaine. Nesta série de três primeiras fugas, é arrastado de volta a Chaleville pela polícia, por vezes a mando de sua mãe. Em março de 1871, quando instala-se a Comuna, Rimbaud recebe a notícia com extrema alegria e, segundo relatos de um amigo seu, redige um Projeto de constituição comunista que se perdeu. Com a reabertura de sua escola, fechada por efeitos da guerra franco-prussiana, em 23 de março, Rimbaud empreende uma quarta fuga a Paris onde teria se engajado nos corpos da Comuna e estagiado na caserna Babylone. Com uma estadia curta em Paris, em maio já está de volta a Chaleville, onde escreve um tríptico de poemas sobre a Comuna, e duas cartas a ex-professores seus, que vou abordar aqui.

Versos, bombas e fuzis

Vejamos o primeiros dos poemas communards de Rimbaud, o “Canto de guerra parisiense” que enviou em carta de 15 de maio a Paul Demeny como um “salmo atual” da “nova literatura”:

Canto de guerra parisiense

A Primavera está no ar, pois
Na alma das verdes Propriedades,
O vôo de Thiers e de Picard
Abre as mais amplas claridades!

Ó Maio! os trapos delirantes!
Sèvres, Meudon, Bagneux, Asnières,
Escutai pois os bem-chegantes
Semeando em tudo mal-me-queres!

Têm quepe, sabre e tem tantã
Não a velha caixa de velas
E os ioles que jamais jam… jam…
Fendem o lago de água… relas!

Fazemos mais que nunca arruaças
Quando caem sobre as nossas tocas
As amarelas calabaças
Nas alvoradas meio loucas!

Thiers e Picard são como os Eros
Que vão levando os girassóis,
Seus petróleos dão Corots feros:
E as tropas tocam seus taróis…

São familiares do Grão Truque!...
E, entre os gladíolos, Favre tenta
Arrancar lágrimas a muque
Com umas pitadas de pimenta!

Tem a cidade quente o piso
Embora as duchas de óleo exposto,
E com certeza que é preciso
Vos sacudir em vosso posto.

E esses Rústicos que se agacham
Como os prelados mais contritos,
Ouvirão ramos que se racham
Em meio ao rubro dos atritos! [2]

Em algumas notas para esclarecer alguns pontos: com “as mais amplas claridades!” Rimbaud se refere aos bombardeios, assim como em “trapos delirantes” se refere aos communards. Também como metáfora às bombas do exército prussiano e da burguesia francesa Rimbaud fala das “amarelas calabaças”. Um jogo de palavras interessante (e bem resguardado na tradução de Ivo Barroso) é o verso “Thiers e Picard são como os Eros”: ao invés de dizer que são dois heróis (des héros), Rimbaud diz que os dois são des Eros, que soa como des zéros (são zeros), ou seja, não valem nada. Ressaltemos também que Favre foi o ministro do exterior que concretizou com Bismarck o armistício da guerra franco-prussiana; Rimbaud caçoa de suas lágrimas falsas, como que geradas pela pimenta. Fecha por último com uma estrofe de ameaça aos Rústicos (ou Rurais), partido dos latifundiários anti-republicanos na Assembleia Nacional. Vejamos agora seu “A Orgia Parisiense” ou “Paris se repovoa”, que enviou em carta a Verlaine em agosto de 1871:

A Orgia Parisiense ou Paris se repovoa

Covardes, ei-la aí! Descarregai nas gares!
O sol limpou com seus pulmões ardentes
Essas ruas que um dia os Bárbaros juncaram.
Eis a Cidade santa, assentada a ocidente!

Ide! que evitarão o refluir do incêndio,
Aí estão os cais, as grandes avenidas,
As casas contra o azul que tênue se irradia
E uma noite o clarão das bombas estrelou!

Nos tapumes fechai os palácios defuntos!
Que o horror do dia antigo o vosso olhar retarde.
Eis as ruivas em bando a requebrar as ancas:
Sede loucos, sereis basbaques se espantardes!

Quais cadelas em cio a comer cataplasmas,
O grito das pensões alegres vos reclama.
Ide! Comei! É a noite ardente dos espasmos
Que desce à rua. Vinde, ó bêbedos nostálgicos.

Bebei! Pois quando a luz chegar intensa e louca,
Palpando a vosso lado os luxos farfalhantes,
Não ireis mais babar, sem gestos, sem palavras,
Em vosso copo, o olhar perdido nas distâncias?

Da Rainha brindai as nádegas cadentes!
Ouvi o estremecer de estúpidos soluços
Lacerantes! Ouvi saltar nas noites cálidas
Os velhos resmungões, os trouxas, os lacaios!

Ó turvos corações, ó bocas pavorosas,
Estertorai mais forte, ó bocas de fedores!
Um vinho, nesta mesa, aos torpores ignóbeis…
Vosso ventre derrete opróbrio, ó Vencedores!

Abri vossa narina às náuseas soberanas!
Embebei de veneno os nervos do pescoço!
Nas nucas infantis baixando as mãos cruzadas,
Eis que o Poeta vos diz: “Covardes, sede loucos!

Porque vos chafurdais nas entranhas da Fêmea,
Dela temeis ainda uma outra convulsão
Aos gritos, a asfixiar vossa ninhada infame,
Contra o peito apertando-a em horrível pressão.

Sifilíticos, reis, loucos, bufões, ventríloquos,
Que lhe importa a Paris-a-puta, os vossos corpos,
Vossas almas, e mais vosso veneno e andrajos?
De vós se livrará, ó podres resmungões!

E quando já no chão, gemendo sobre o ventre,
Feridos, reclamando, em desvario, a paga,
A ruiva cortesã de seios belicosos
Os punhos cerrará, alheia ao vosso espanto!

Paris, quando teus pés frenéticos dançaram
Na ira, e recebeste os golpes de cutelo,
Caíste, mas retendo um pouco de bondade
Do fulvo renascer no claro das pupilas;

Cidade dolorosa, ó quase-moribunda,
A face tens e o seio erguidos ao Porvir
Abrindo ao teu palor miríades de portas,
Cidade que o Passado obscuro bendiria:

Corpo que um sofrimento enorme magnetiza,
Tu voltas a sorver a vida horrenda! e sentes
Surdir no sangue o flux da lívida vermina,
Sobre teu claro amor roçarem dedos gélidos!

E nada disto é mau. Os vermes, vermes lívidos
Não irão perturbar teu sopro de Progresso,
Que os Estriges jamais ofuscaram as Cariátides
Por cujos olhos o ouro astral desce do azul.

Embora seja atroz rever-te assim coberta
De úlceras, e jamais tivesse uma cidade
O odor da chaga exposto à verde Natureza,
Eis que o Poeta te diz “que esplêndida Beleza!”

Sagrou-te a tempestade em suprema poesia;
Imenso revolver de forças te sacode;
Tu’obra ferve, a morte argúi. Cidade eleita!
Recolhe nos clarins os surdos sons estrídulos.

O Poeta irá tomar o pranto dos Infames,
Os ódios do Forçado, as queixas dos Malditos;
E as Mulheres serão flageladas de amor.
Seus versos saltaram: Ei-los! ei-los! bandidos!

— Sociedade, está tudo em ordem: — as orgias
Estertoram de novo em velhos lupanares:
E, delirante o gás nos muros encarnados
Arde sinistramente à palidez dos céus! [3]

Aqui Rimbaud aborda o retorno dos Rústicos a Paris após a tremenda e reacionária repressão que destruiu a Comuna de Paris. Ressalta-se a construção que Rimbaud faz de Paris como “contraparte leiga e revolucionária” de Jerusalém, chamando-a de “Cidade santa, assentada a ocidente!” e, acima de tudo, Rimbaud reforça que independente do destino da Comuna, sua marca na história está feita e jamais sumirá (“Os vermes, vermes lívidos/ Não irão pertubar teu sopro de Progresso/ Que os Estriges jamais ofuscaram Cariátides), marcada na poesia que virá após (“O Poeta irá tomar o pranto dos Infames/ Os ódios do Forçado, as queixas dos Malditos/ Seus versos saltaram: Ei-los! ei-los! bandidos!” ) e na memória dos que a presenciaram (“Caíste, mas retendo um pouco de bondade/ Do fulvo renascer no claro das pupilas"). Por último, vejamos “As mãos de Jeanne-Marie”:

As mãos de Jeanne-Marie

Jeanne-Marie tem a mão forte,
Escuras mãos que o sol atana,
Pálida mão qual mão de morte.
— Serão acaso as mãos de Juana?

Terão tomado as cores cruas
Do charco da sensualidade?
Ou mergulharam-se nas luas
Dos lagos da serenidade?

Beberam céus bárbaros, brutos,
Calmas, em joelhos deslumbrantes?
Terão enrolado charutos
Ou traficado com diamantes?

Nos pés ardentes das Madonas
Fanaram flores de ouro informe?
Negro sangrar das beladonas
Em suas palmas surge e dorme.

Mãos caçadoras de apiários
Onde aurorais azuis serenos
Zumbem, em busca de nectários?
Mãos que decantam os venenos?

Que Sonho as fez assim contritas
Em suas pandiculações?
Sonho das Ásias inauditas,
Dos Khenghavares ou dos Siões?

Mãos que jamais vendem laranjas,
Nem que dos deuses brunem sólios;
Que não lavaram nunca em sanjas
As fraldas de nenéns sem olhos.

Não têm das primas mãos finas
Nem da operária a rude tez
Que, em fornos fétidos de usinas,
Rescalda um sol ébrio de pez.

São curvadoras de dorsais,
Que de fazer o bem têm calo,
Mais do que as máquinas, fatais,
E fortes, mais do que um cavalo!

Ardendo em fornalhas acesas
E a sacudir todos os seus tons.
Canta essa carne Marselhesas
E jamais canta os Eleisons!

Podem vos enforcar, madames
Más, e esmagar vossas mãos ruins,
Ó nobres damas, mãos infames
Cheias de branco e carmins.

O seu clarão de amor constrange
Ovelhas longe em seus redis!
O sol depõe-lhe na falange
O brilho rubro de rubis!

Uma nódoa de populaça
Qual seio antigo as anegreja
O dorso dessas mãos é a praça
Que um revoltado beija!

Desfaleceram, sonhadoras,
Ao sol do amor que então surgia
No bronze das metralhadoras
Pela Paris que se insurgia!

Ah! Que por vezes, Mãos sagradas,
Em vosso punho, onde acolheis
Nossas bocas jamais saciadas,
Gritam grilhões de alvos anéis!

E há um Sobressalto que constrange
Os nossos seres, quando os medos
Querem vos consumir, mãos de anjos,
Fazendo-vos sangrar os dedos! [4]

As mãos de Jeanne-Marie é uma homenagem às pétroleuses, parte das tantas mulheres que foram vanguarda da Comuna de Paris. [5] Vale ressaltar que Edith Thomas, em sua obra Les Pétroluses de 1963, menciona uma communarde chamada Anne-Marie Menand, apelidada de Jeanne-Marie, provável inspiração de Rimbaud nesse poema. A figura da pétroleuse foi muito marcante na história da Comuna e communardes como Louise Michel se reivindicavam como pétroleuses, não à toa: a figura da pétroleuse foi e é muito cara aos revolucionários, da mesma forma também o era para Rimbaud. Ivo Barroso, tradutor e especialista na obra de Rimbaud, afirma que

Rimbaud vê na figura da pétroleuse, da resistente das barricadas, a imagem ideal da mulher do futuro, liberta da submissão e do servilismo que havia em seus tradicionais papéis de esposa e mãe, colocando-a moral e praticamente ao nível do homem. [6]

Alguns entre os muitos pontos interessantes a serem levantados, reparemos no contraste dos primeiros parágrafo: as mãos fortes e escuras de Jeanne-Marie e as mãos pálidas qual mão da morte, mergulhadas nas luas do lago da serenidade (imagem por si só já muito associada à idealização Romântica e Parnasiana da figura feminina, não à toa a comparação com as mãos de “Juana”, musa de um poema homônimo de Alfred de Musset). Rimbaud quer reconstruir a ideia musa e no lugar da musa helênica, branca, celestial, delicada que os Parnasianos abraçavam, põe a pétrouleuse trabalhadora. Os contrastes seguem por todo o poema, reforçando a imagem de Jeanne-Marie como revolucionária, anti-clerical (que canta Marselhesas e não Eleisons), forte e perigosa: “Negro sangrar das beladonas/ Em suas palmas surge e dorme” (a beladona é um tipo de planta venenosa), “São curvadoras de dorsais/ Que de fazer o bem têm calo/ Mais do que as máquinas, fatais/ E fortes, mais do que um cavalo!”, “Podem vos enforcar, madames/ Más”.

Aqui, mais ainda que nos dois poemas anteriores, é perceptível o salto subjetivo que sofreu Rimbaud após a Comuna. Em 24 de maio de 1870, ou seja, na metade do ano anterior, Rimbaud escreveu uma carta a Théodore de Banville (uma das figuras mais importantes do Parnasianismo francês) dizendo (daqui em diante, grifos meu):

Dentro de dois anos, de um ano talvez, estarei em Paris. — Anch’io, senhores jornalistas, serei parnasiano! — Não sei o que tenho dentro em mim… que quer subir à tona… — Eu vos afianço, caro Mestre, que sempre adorarei as duas deusas, Musa e Liberdade [7]

Cerca de um ano depois, o mesmo Rimbaud enviaria as duas cartas que ficaram conhecidas como “Lettres du Voyant” (Cartas do Vidente), que são, e o digo mesmo sob o pequeno risco de estar errado, alguns dos textos mais vanguardistas sobre arte de toda a história. Na primeira carta, a seu ex-professor George Izambard em 13 de maio de 1871, afirma:

No fundo, em seu princípio, o senhor só enxerga a poesia subjetiva: sua obstinação de recuperar o berço universitário — desculpe! — é a prova disso! Mas o senhor terminará sempre como um satisfeito que não fez nada, que nada quis fazer. Sem contar que sua poesia subjetiva será sempre terrivelmente banal. Um dia, espero — e muitos outros esperam a mesma coisa — eu verei em seu princípio a poesia objetiva, eu a verei mais sinceramente do que o senhor poderia fazê-lo! — Eu serei um trabalhador: esta é a ideia que me detém quando as fúrias loucas me empurram em direção à batalha de Paris, — onde tantos trabalhadores ainda morrem enquanto eu lhe escrevo! Trabalhar agora, nunca, nunca; eu estou de greve [8]

e segue:

Quero ser poeta e trabalho para me tornar Vidente: o senhor não compreenderá nada, e eu não saberei como lhe explicar. Trata-se de chegar ao infinito pela desorganização de todos os sentidos. Os sofrimentos são enormes, mas é preciso ser forte, nascer poeta, e eu me reconheci poeta [9]

Junto aos confrontos frontais que já vinha fazendo contra as construções imagéticas parnasianas, Rimbaud agora propõe uma ruptura brusca, a fuga das formas conhecidas, uma revolução no cerne do que era a concepção de poesia à época. Rimbaud escreveu durante pouco tempo e majoritariamente antes de seus 19 anos, mas enquanto escreveu viveu de forma revolucionária, ou nas palavras de Maiakóvski que nunca me furto o direito de usar, Rimbaud executou seus versos na flauta de suas próprias vértebras. Não à toa, em seu Manifesto do Surrealismo de 1924, André Breton dirá que “Rimbaud é surrealista na prática da vida e alhures”. [10] E a partir desta juventude que Rimbaud eternizou em seus poemas, sejamos uma geração que eterniza sua juventude na arte e na vida.

Executar nossos versos na flauta de nossas próprias vértebras!

Em sua carta à Liga da Juventude Socialista Trótski diz:

Um partido revolucionário deve necessariamente se basear na juventude. Pode-se até dizer que o caráter revolucionário de um partido pode ser julgado, em primeira instância, por sua capacidade de atrair os jovens da classe trabalhadora para suas bandeiras. O atributo básico da juventude socialista – pensando na verdadeira juventude e não nos velhos de 20 anos - reside na vontade de se entregar total e plenamente à causa socialista. Sem sacrifícios heroicos, valor, decisão, a história, de modo geral, não avança. [11]

152 anos após a Comuna de Paris, Paris mais uma vez pega fogo, agora contra a reforma da previdência de Macron. 132 anos após da morte de Rimbaud, quase 83 anos após o assassinato de Trótski, essa rebeldia, essa entrega total e plena à causa socialista continuam sendo base de uma juventude socialista como a que construímos ao redor do mundo. No momento em que escrevo essas linhas, meus camaradas franceses, em um recital-exemplo, também executam esse verso na flauta de suas próprias vértebras. Seja resistindo a spray de pimenta enquanto fazem uma corrente humana para proteger garis em greve, seja inundando as ruas de Paris aos gritos de “greve geral!”, seja no punho que o camarada Elias, no auge de seus 14 anos — na verdadeira juventude que dizia Trótski —, mantém erguido após uma noite na cadeia.
Sejamos a juventude que ombro a ombro com os trabalhadores fará ruir este sistema podre que há mais de século explora e oprime a esmagadora maioria do mundo. Sejamos a juventude que terá a audácia de, sob as ruínas desse sistema que derrubaremos, construir um mundo radicalmente novo. Sejamos a juventude que, como Rosa Luxemburgo afirmou sobre Trótski, Lenin e o proletariado russo, poderá dizer “Nos atrevemos!”.

Por fim, tomo a liberdade de me apropriar das palavras de Rimbaud em seu “Uma estadia no inferno” e complementá-las:

“O cântico dos céus, a marcha dos povos! Escravos, não amaldiçoemos a vida”, destruamos o capitalismo!


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FOOTNOTES

[1RIMBAUD, Arthur. Poesia Completa. Topbooks, 1995. p.77

[2ibidem, p.133

[3ibidem, p.155

[4ibidem, p.161

[5Conferir também o capítulo 2 de “Pão e Rosas: identidade de gênero e antagonismo de classe” de Andrea D’Atri

[6ibidem, p.339

[7RIMBAUD, Arthur. Correspondência de Arthur Rimbaud.Porto Alegre, L&PM, 1991. p.11

[8ibidem, p.34

[9idem

[10BRETON, André. Manifestos do Surrealismo. São Paulo, Brasiliense, 1985. p.59
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Araçá

Estudante de Letras da UFRN e militante da Faísca Revolucionária
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