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Reforma da previdência | Rui Costa e Simone Tebet negam revisão da reforma da previdência tranquilizando bolsa de valores

Após insatisfação de empresários e banqueiros frente a declaração do ministro da Previdência sobre possível revisão da reforma da previdência, Rui Costa, com aval de Lula, assim como Simone Tebet, logo se pronunciaram contra qualquer mudança e discussão a respeito, mantendo o que desde a campanha a chapa Lula/Alckmin veio indicando de que não irá revogar nenhuma das reformas e ataques aprovados nos últimos anos e governos reacionários e que massacram os trabalhadores todos os dias.

quinta-feira 5 de janeiro de 2023 | Edição do dia

Imagem: Reprodução

Nesta quarta-feira, 04, o novo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT) declarou que, segundo ele, com aval e em discussão com o presidente Lula, não haverá nenhuma revisão a ser feita na reforma da previdência aprovada durante os reacionários anos do governo de Bolsonaro. Não somente ele, mas Simone Tebet, nova ministra do Planejamento, também se posicionou a respeito, afirmando que “eu não vi em nenhum momento na campanha no segundo turno essa agenda de uma possível revisão da Reforma da Previdência sendo colocada, nem no programa do governo, nem na fala do presidente”.

Essas declarações vieram após o ministro da Previdência, Carlos Lupi, ter apontado, na terça-feira, a possibilidade de criar uma comissão composta por sindicatos patronais, empregados, aposentados e o governo recém empossado, para discutir a reforma da previdência. Como era de se esperar, o mercado financeiro reagiu negativamente à declaração de Lupi, com uma queda importante na Bolsa de valores, recuo de 2% e alta de 1,77% do dólar.

Para tranquilizar o capital internacional, bancos e setores do próprio governo recém empossado que foram articuladores das reformas, Rui Costa e Lula se reuniram e logo pronunciaram que não haverá nenhuma revisão e discussão a respeito desta reforma que ataca os trabalhadores e seu direito à aposentadoria, estendendo e aprofundando as condições de exploração do trabalho, atacando também o futuro da juventude.

Além disso, Rui Costa completou colocando que “não há nenhuma proposta sendo analisada ou pensada neste momento para revisão de reforma, seja previdenciária ou outra”, já deixando claro como o governo recém empossado não irá revogar nenhuma das reformas e ataques. Além disso, afirmou que nesta próxima sexta-feira, 06, haverá a primeira reunião ministerial com Lula “para inclusive organizar e reafirmar que qualquer proposta só será encaminhada, evidente, depois da aprovação do presidente da República", deixando claro que as opiniões e declarações que os ministros possam fazer, como esta feita por Lupi sobre a reforma da previdência, não devem ser creditadas até que Lula se pronuncie a respeito.

Enquanto parlamentares, juízes e militares se afogam em privilégios, a reforma da previdência aprovada por Bolsonaro com um projeto ainda pior que o do golpista Michel Temer, prevê idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 para homens com uma transição estipulada em 12 anos, significando que centenas de milhares de brasileiros trabalhem até morrer em nome de aumentar e garantir o lucro dos patrões e banqueiros capitalistas.

Desde a campanha da chapa Lula/Alckmin, reafirmado durante a cerimônia de posse, Lula e demais membros e apoiadores de seu governo, já declararam que não haverá revogação integral da reforma trabalhista, bem como apoiaram a reforma administrativa que ataca os servidores públicos e a reforma tributária, sequer mencionando a reforma da previdência e qualquer possibilidade de revisão.

Isso é a demonstração da fidelidade deste governo de frente ampla e de conciliação, com o empresariado que, em sua maioria e por enquanto, tem indicado apoio a Lula e a Alckmin. As reformas e privatizações já aprovadas vão ficando cada vez mais de fora do projeto do governo recém empossado, a fim de não contrariar os interesses burgueses que o sustentam, assim como anteriormente sustentaram o governo Bolsonaro e apoiaram o golpe institucional de 2016.

Diante deste cenário, é preciso defendermos que a unidade que precisamos construir não é da frente ampla e com setores do capital financeiro que só estão interessados em lucrar em cima de nosso sangue, suor e morte. Mas a unidade da classe trabalhadora, dos setores oprimidos e movimentos sociais para fazer com que os capitalistas paguem pela crise e não nós!

Somente com essa unidade de classe, independente do novo governo, defendendo a revogação integral de todas as reformas e ataques que nos massacram dia a dia, é que será possível varrer e combater os pilares que fortaleceram a extrema direita e o bolsonarismo asqueroso que aprofundaram a miséria da população pobre e trabalhadora, tendo como objetivo enfrentar todo este regime que sustenta a exploração e opressão.

Leia mais: Os significados e os sinais políticos de Lula no dia da sua posse




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