Marina EstrelaEstudante de Letras da UFRN e militante da Faísca Revolucionária
quarta-feira 21 de setembro de 2022 | Edição do dia
Enfermeiras e enfermeiros, técnicas e técnicos de enfermagem de todo o país se mobilizaram hoje em uma paralisação nacional pela defesa do piso salarial aprovado pelo Legislativo e posteriormente suspendido pelo Ministro Barroso do STF. Em Natal (RN), na Praça 7 de Setembro, cerca de 2000 trabalhadores se concentraram para um ato em nome dos seus direitos.
Nós da Faísca Revolucionária e do Esquerda Diário declaramos todo o apoio a essa paralisação, nos colocamos a serviço de dar voz a essa luta e chamamos os estudantes, o conjunto da classe trabalhadora e da população a somar à luta da enfermagem que se enfrentou com o negacionismo de Bolsonaro , o descaso dos governos e dos capitalistas durante a pandemia do Covid-19 mesmo com locais precários de trabalho, jornadas abusivas e salários insuficientes.
Hoje, a enfermagem para em defesa de seus direitos. Chamamos os trabalhadores e estudantes, para que também cerquem de solidariedade essa luta por direitos elementares, porque fazem parte de uma luta conjunta pelos nossos direitos que estão sendo ceifados pelas reformas e privatizações.
Precisamos combater Bolsonaro, que faz demagogia em torno do piso, assim como o Legislativo, e o STF, que diretamente ataca a enfermagem, mostrando que esses setores que se colocam como "democráticos" não são aliados da luta dos trabalhadores. O reacionário presidente se aproveitou da situação para propagar um discurso demagógico contra o STF para tentar ganhar a confiança de trabalhadores da saúde, como se o seu governo não fosse responsável por centenas de milhares de vidas arrancadas pela covid, vítimas de seu negacionismo, como se não fosse em seu governo que o General Eduardo Pazuello tivesse deixado o estado do Amazonas sem oxigênio, como se os trabalhadores da saúde não tivessem amargado pela falta de EPIs fundamentais para a linha de frente. Em Natal, aliado a Bolsonaro, o prefeito Álvaro Dias (PSDB) reproduziu sua política de negacionismo e precarização que deixou faltar EPIs no auge da Covid-19.
Para combater Bolsonaro e sua corja, Álvaro Dias, é urgente a unidade dos trabalhadores, dos estudantes, dos setores oprimidos e do povo pobre. É preciso confiar na auto-organização dos trabalhadores empregados e desempregados aliados aos estudantes e a todos os setores oprimidos, em cada local de estudo e trabalho. Essa é a força que pode impor às centrais sindicais e entidades estudantis — como a CUT, CTB, UNE, centrais sindicais e entidade estudantil dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, que organize a unidade à enfermagem, assim como um plano de lutas para revogar as reformas e privatizações. Nacionalmente, o PT, através das suas direções burocráticas dos sindicatos, impõe trégua à luta dos trabalhadores. No Rio Grande do Norte, o governo de Fátima Bezerra (PT) é também inimigo da classe trabalhadora uma vez que se alia com os Alves e com Carlos Eduardo, e, por exemplo, fechou o hospital Ruy Pereira no início de 2020, local que poderia ter salvado vidas durante a pandemia.
O DCE da UFRN, dirigido pela Correnteza (juventude impulsionada pela Unidade Popular) e pelo Juntos (juventude impulsionada pelo MES-PSOL), que se coloca como oposição à direção majoritária da UNE, poderia estar dando exemplo com a convocação de assembleias na UFRN.Chamamos o DCE da UFRN a se somar nessa luta, para que esteja lado a lado da enfermagem e da classe trabalhadora.
Todo apoio à luta da enfermagem! Pelo pagamento do piso, a proibição das demissões (utilizadas como desculpa pelo STF para o não pagamento do piso) e a imediata revogação de todas as reformas e privatizações. Por um SUS 100% estatal e sob gestão dos trabalhadores e controle dos usuários, contra todos os empresários da saúde!
