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COVID-19 EM SÃO PAULO | Trabalhadores pobres, como as empregadas domésticas, são os que mais morrem por Covid em SP

Segundo uma pesquisa feita pelo instituto Pólis com base em dados da Secretaria Municipal de Saúde da cidade de São Paulo, empregadas domésticas, pedreiros e motoristas de táxi e aplicativo são os trabalhos que mais registram mortes por Covid-19 na capital paulista entre março de 2020 e março deste ano.

terça-feira 1º de junho de 2021 | Edição do dia

Foto: Cris Faga/Estadão Conteúdo

Havendo mais de 30 mil óbitos registrados na capital paulista, os aposentados são as maiores vítimas da doença, havendo neste período 9.925 mortos, o que corresponde a 32,2% do total. 4.832 pessoas eram donas de casa (15,7%), e 3.391 (12,8%) morreram sem que o trabalho que realizasse fosse específicado e registrado. 37,8% das pessoas que morreram estavam empregadas no mercado de trabalho.

A pesquisa apontou que 23,6 mil (76,7%) não completaram 11 anos de estudo, tendo portanto o ensino básico incompleto, sendo a escolaridade um indicador indireto sobre o nível de renda das vítimas e sendo mais um elemento que comprova que a mortalidade de Covid-19 é maior entre trabalhadores e trabalhadoras mais pobres, que, em muitos casos, realizam trabalho informal e são impossibilitados de realizar trabalho remoto.

21,6% dos óbitos eram de pessoas que trabalhavam em atividades essenciais, como saúde, segurança pública e transporte. E 6,5% das mortes foram de trabalhadores não essenciais, como os realizados por trabalhadoras domésticas e e trabalhadores da construção civil, que continuaram exercendo as suas atividades.

No grupo de empregadas e empregados domésticos houveram 709 mortes (representando 2,3% do total de mortos na capital). O grupo é composto, em sua maioria, por mulheres (90,8%) e negras (53,6%). Na construção civil o ramo com maior número de mortos foi a de pedreiros, com 33% do total, enquanto que 10,6% das mortes nesse setor foram de engenheiros civis. Cerca de 960 profissionais mortos por Covid-19 são da área de transporte e tráfego, com ao menos 78,7% sendo taxistas ou motoristas de aplicativo.

Fonte: "Trabalho, território e Covid no município de São Paulo", Instituto Pólis

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