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Tragédia em Petrópolis | Tragédia em Petrópolis tem responsáveis: Bolsonaro, Cláudio Castro e Bontempo

As imagens do dia de ontem chocaram moradores de todo o estado: pessoas, carros, casas, sendo arrastados em alta velocidade pelas águas da chuva, crianças correndo para o abrigo no momento da saída da escola, bairros inteiros descendo morro abaixo.

quarta-feira 16 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

Foto: Alexandre Kapiche/g1

No momento em que escrevemos, o número de mortos vítimas dos deslizamentos e soterramentos na cidade da região serrana do RJ já chegou a 80, com mais 35 desaparecidos e 370 pessoas desabrigadas. Durante todo o dia as equipes de busca trabalharam incessantemente retirando corpos, mas também sobreviventes. Familiares ainda tentam contatar seus entes queridos, e a delegacia da cidade vizinha de Itaipava virou o local para busca de informações, comunicação de desaparecidos e mortos.

Pelo menos 57 casas foram totalmente destruídas pelos deslizamentos de terra, e na parte da manhã 400 bombeiros buscaram sobreviventes utilizando cães farejadores e tendo ajuda de equipes da defesa civil e voluntários da população da cidade. As imagens do dia de ontem chocaram moradores de todo o estado: pessoas, carros, casas, sendo arrastados em alta velocidade pelas águas da chuva, crianças correndo para o abrigo no momento da saída da escola, bairros inteiros descendo morro abaixo. Os comerciantes da cidade perderam tudo.

É urgente que sindicatos, centros acadêmicos e organizações de esquerda se organizem para exigir medidas imediatas de emergência para a população de Petrópolis e todas as vítimas desta tragédia. Devemos cobrir de solidariedade a todos, vítimas da chuva e do descaso dos governos de turno.

A tragédia poderia ter sido evitada se não fosse a atuação dos governos de turno. Afinal, apesar das mudanças climáticas, não é de longe a primeira vez que a região serrana é maltratada pelas chuvas e não encontra nenhum socorro no Estado. Em 2011, a região presenciou uma tragédia pela mesma causa, com 911 mortos e 400 mil desabrigados em Petrópolis e Teresópolis, tragédia que se repetiu depois em 2013.

A precipitação anormal de chuva é influenciada pelas mudanças climáticas que Bolsonaro nega a existência. Assistimos cada vez mais a tragédias como essa que tem uma relação direta com a destruição da natureza feita pelo Agronegócio e patrocinada por Bolsonaro. Além disso, Bolsonaro também cortou em 35% os recursos para combate a enchentes. A existência de casas em áreas consideradas de risco é resultado direto da pobreza destas famílias: desemprego, inflação, precarização do trabalho agem diretamente sobre o orçamento destas famílias que acabam não tendo onde morar.

Cláudio Castro também é responsável, por governar o Estado do Rio de Janeiro incrementando as desigualdades sociais que jogam as camadas mais pobres da população para as moradias precárias. Ainda este ano, antes desta tragédia em Petrópolis, outra catástrofe ocorreu em om Jesus de Itabapoana com mais de 500 pessoas desalojadas.

Ao invés de tomar qualquer medida para a prevenção destas mortes, Castro lançou um programa eleitoreiro e repressivo de “Cidade Integrada”, utilizando a repressão policial contra os moradores de Jacarezinho, disfarçada de “inclusão social” através de obras de fachada. Agora, depois da tragédia ocorrida em Petrópolis, Castro finge alguma atuação, vestindo o uniforme da defesa civil e gravando material para usar em sua campanha eleitoral, dizendo que o local é um “cenário de guerra”, sem assumir sua responsabilidade pela tragédia. Enquanto isso, os bombeiros pedem doações de água mineral para a cidade, pois nem isso o Estado do RJ é capaz de garantir.

O prefeito Rubens Bontempo, do PSB, mesmo partido do candidato a governador Marcelo Freixo, apesar do discurso “social”, na realidade nada representou na prevenção desta tragédia. Afinal, o prefeito governou sem enfrentar nenhum privilégio das elites locais, e com isso, não mudou em nada a estrutura da cidade: os pobres ficam nas áreas de risco, os comerciantes seguem sem nenhuma proteção, e uma elite parasita de ricos suga os recursos da cidade.

Assim é que os moradores de Petrópolis pagam uma taxa absurda para os herdeiros da suposta “família real”. São 2,5% sobre o preço de mercado do imóvel, pagos à Companhia Imobiliária de Petrópolis, administrada pelos descendentes de Pedro II, por todo morador da cidade “imperial”. Junto a isso, Bontempo também não questiona as isenções fiscais dadas às grandes cervejarias instaladas na cidade (enquanto todos nós pagamos impostos muito caros). Os donos destas figuram simplesmente na lista dos 10 mais ricos do país, mas sua riqueza permanece intacta devido a acordos com a Alerj, Cláudio Castro e com o conveniente silêncio de Bontempo. Esse é um exemplo de como o PSB, de Freixo, não apresenta grandes diferenças em relação ao modo de governar do PL de Cláudio Castro, ou do histórico de governos do MDB de Cabral e Pezão.

Todos estes deveriam ser responsabilizados. O Estado deve reparação às famílias, por não ter garantido a prevenção da tragédia. Os comerciantes e as moradores que tiveram seu patrimônio destruído também devem ser reparados.

Bolsonaro, Castro e Bontempo, agora que há dezenas de mortos, tentam aparecer “prestando ajuda”, mas nada fizeram durante todo este tempo para prevenir a tragédia. Somente se chocando com os interesses dos capitalistas bilionários e das castas parasitárias como a família real e os políticos de turno, é que será possível por um fim a estas catástrofes anunciadas.

Somente uma reforma urbana radical, financiada pela taxação das grandes fortunas, e, no caso de Petrópolis, com a expropriação da Companhia Imobiliária de Petrópolis e fim do imposto pago à “família real” é que será possível botar um fim às tragédias anunciadas que se repetem ano a ano. Uma reforma urbana colocada em prática pelos trabalhadores e o povo pobre pode garantir casas para todos, reurbanização, reparação e conservação do patrimônio histórico da cidade. Uma reforma como essa não será realizada através de alianças com a direita neoliberal de Armínio Fraga, como propõem Marcelo Freixo e Rubens Bontempo, mas sim com a força da organização dos trabalhadores, impondo uma política de independência de classe contra os interesses capitalistas..




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