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BLACK LIVES MATTER | Will Smith: muitas vezes a polícia me parou com insultos racistas

Em uma entrevista o ator falou sobre as manifestações contra o racismo que atravessam os EUA. E afirmou que a polícia da Filadelfia o chamou "nigger" (uma expressão com conotação extremamente racista) em mais de dez ocasiões.

segunda-feira 13 de julho de 2020 | Edição do dia

Na segunda passada a estrela de Hollywood publicou em seu canal do YouTube uma versão editada de uma entrevista com Angela Rye, onde expõe sua postura sobre o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam). Nela declarou que "estamos em uma circunstância na qual nunca havíamos estado, o mundo inteiro se levaaantou e disse aos afroamericanos ’os vemos, os escutamos, como podemos ajudá-los? Nunca estivemos neste lugar".

Will Smith nasceu na Filadélfia, uma das maiores cidades dos EUA, onde calcula-se uma população de 40% de negros atualmente. "Cresci sob o governo de Rizzo, ele passou de ser chefe de polícia a governador, tinha mão de ferro. Os policiais da Filadélfia me chamaram ’nigger’ (negro, tem uma conotação extremamente racista) em mais de dez ocasiões, me paravam frequentemente. Por isso entendo o que é estar nestas circunstâncias com a polícia, sentindo como se tivesse sido ocupado, é uma força de ocupação", declarou na entrevista.

Nos Estados Unidos, segundo o "mapeamento da violência policial", um afroamericano tem 3 vezes mais probabilidades de ser assassinado pela polícia que um homem branco. E segundo este mesmo estudo, de 2013 a 2019, somente 1% dos oficiais de polícia acusados de assassinato foram castigados.

O reconhecido ator também reafirmou "fui a uma escola católica no subúrbio, e dessa forma entendi quais são as disparidades de uma maneira realmente interessante, as crianças brancas estavam felizes quando aparecia a polícia, enquanto que meu coração sempre começava a bater com força. As pessoas que não crescem neta situação, simplesmente não podem compreendê-la. Não se pode simplesmente compreender o que se sente em viver num território ocupado".

Assim retratava sua própria experiência em suas origens, atravessada pelo racismo e a violência policial estruturais nos Estados Unidos. Também se pronunciou em apoio ao desfinanciamento da instituição policial, uma exigência que ganhou grande peso no movimento que tomou as ruas.

A extensão dessa demanda põe em evidência o papel do próprio Estado e suas forças repressivas para sustentar a violência e discriminação com os setores oprimidos. No marco da pandemia a população negra, os imigrantes, as mulheres e LGBTs são os mais afetados pela crise sanitária, social e econômica. A repressão sistemática a estes setores não é casual, quando se observa aos governos do mundo implementar políticas que só buscam salvar aos grandes empresários enquanto as grandes maiorias sofrem os efeitos da crise.




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