Imagem: Daniel Beltrá/Greenpeace
Em estudo por cruzamento de dados, projeto “Cortina de fumaça” chegou à informação de que 72% das queimadas de 2019 na Amazônia, nas áreas críticas, partiram justamente de médias e grandes propriedades rurais, o que corrobora a suspeita sob os grandes proprietários de terras, latifundiários que possuem interesse estratégico no desmatamento, e contradiz as falácias do presidente Bolsonaro que, na última semana, voltou a atacar os índios, responsabilizando-os pela gigantesca onda de aumento nas queimadas e nos desmatamentos pelo qual o Brasil passa desde 2019 com a Amazônia, e agora, também, com os incêndios na região do pantanal. Os municípios que mais desmataram em 2019 foram Altamira (PA), São Félix do Xingu (PA), Porto Velho (RO) e Lábrea (AM)
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), em uma nota técnica, também apontou que, no primeiro semestre de 2020, metade das queimadas aconteceram somente em propriedades de media e grande porte, acima de 440 hectares (equivalente ao mesmo número de campos de futebol). Bolsonaro, claramente, não baseia suas declarações em nenhuma fonte de dados e pesquisas sobre o desmatamento e as queimadas, mas em outros propósitos.
Bolsonaro utiliza da estratégia obscurantista, ora para falsear a origem das queimadas, ora para negar a própria existência da crise ambiental que ocorre no país. De todo modo, sua prática está voltada a proteger e endossar as práticas criminosas realizadas pelos grandes ruralistas, protegendo o setor e atacando as agências de controle e informações sobre queimadas e desmatamento. A aliança entre o setor ruralista e o governo Bolsonaro significa uma de suas principais bases políticas no país, ficando evidenciado, inclusive, nos últimos dias, quando o presidente passou por MT para receber homenagem dos ruralistas locais e realizou discurso negando as queimadas, mesmo tendo que arremeter vôo devido a fumaça oriunda dos incêndios do Pantanal.
O governo e diversos outras instâncias reacionárias trabalham arduamente para encobrir a destruição do bioma brasileiro e fazer demagogia com o combate ao desmatamento, com o ministro Salles que segue no papel de afrouxar o controle ambiental e “passar a boiada”, com o exército, com mourão à frente, realizando operações inócuas que demandam orçamentos gigantescos, e até mesmo, por último, com a PF atacando instituição que fornece imagens via satélite do Pantanal. Os lucros dos capitalistas latifundiários, cada vez mais, mobiliza as instâncias de poder para acabar com o meio ambiente e com as condições de vida no país.
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