Foto Sergio Lima/Poder 360
Segundo a revista Época, que teve acesso aos relatórios, os documentos detalham o funcionamento de uma suposta organização criminosa dentro da Receita Federal que teria feito um escrutínio ilegal nos dados fiscais de Flávio, o que teria tornado possível o inquérito das rachadinhas.
Em um dos documentos está escrito explicitamente a “finalidade” daquele trabalho: “Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB”. O General Augusto Heleno ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional no entanto, nega publicamente que tenha havido atuação da Inteligência do governo (nisso talvez ele tenha razão pois “inteligência” é uma palavra forte) após o primeiro contado da defesa de Flávio, em 25 de agosto, numa reunião no gabinete de Bolsonaro em que a defesa faz uma petição a Ramagem solicitando uma apuração especial que embasasse a suspeita sobre a Receita Federal. A Abin a partir daí, obviamente com informação privilegiada, passou a orientar a defesa de Flávio Bolsonaro por meio desses relatórios.
A questão que fica é: na lógica dessa justiça burguesa então, um crime cometido antes de outro crime anula o último crime? Mas e o crime de obter informação privilegiada da Agência Brasileira de Inteligência? A complexidade fica cada vez maior para livrar o filho número um do presidente de suas maracutaias, comete-se um crime para provar que se cometeu um crime na Receita Federal para anular o processo de outro crime, o caso Queiroz. Importante lembrar também o papel de ministros do STF, como Dias Toffoli que primeiro em julho e depois Gilmar Mendes em outubro suspenderam as investigações contra o senador Flávio Bolsonaro mostrando a serviço de quem está esse judiciário que não é eleito por ninguém.
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