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PANDEMIA
Falta de oxigênio em Manaus é fruto da irracionalidade capitalista
Redação

Manaus-AM tem seu sistema de saúde novamente em colapso. Nesta segunda onda, a população da capital, com maior presença indígena e com grande presença de negros, sofre novamente com o descaso de governos que está entrelaçado à sanha capitalista de um sistema predatório de vidas e exploração.

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Foto: Bruno Kelly/Reuters

Novamente Manaus-AM apresenta colapso no sistema de saúde. Já não bastasse a crise ocorrida na primeira onda, agora com a segunda onda - que o negacionista presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e tantos outros golpistas disseram que não iria acontecer, pois a primeira crise resultaria em uma imunidade de rebanho - a população do Amazonas novamente assiste amigos e familiares internados e morrendo em filas. Mas agora, a crise chega a tal ponto que mostra que, para o capitalismo, oxigênio para respirar também é mercadoria e sua escassez de produção agora deixa pessoas morrerem por asfixia dentro de hospitais, deitados em um leito de UTI, enquanto trabalhadores da saúde tentam exaustivamente ventilar pacientes manualmente.

Veja aqui: Em Manaus mulher relata falta de oxigênio em hospital: "Tanta gente morrendo por asfixia".

A primeira onda não foi o suficiente para que algo fosse feito no sistema de saúde do Amazonas. Faltam hospitais nos municípios ao redor de Manaus, sobrecarregando os hospitais da cidade que já não tem leitos o suficiente para a população local. A capital conta com poucos carros funerários, novamente corpos são armazenados em câmaras frigoríficas, pois o sistema funerário não dá conta da quantidade das inúmeras vidas perdidas, lembrando que na primeira onda as ações nefastas do governador Wilson Lima (PSC) ainda fez com que amigos e familiares ficassem responsáveis por enterrar os seus amigos e parentes mortos.

Veja aqui sobre o colapso do sistema funerário ainda na primeira onda:
Tragédia: em Manaus, população abre caixões para conferir corpos e urubus sobrevoam valas.

A mídia tenta responsabilizar a população, ligando o crescimento do número de casos às festas de final de ano. Mas a classe trabalhadora nunca teve o direito a uma efetiva e racional quarentena. Testes massivos nunca foram aplicados; reconversão das indústrias para a produção de todos os EPIs e insumos necessários para o combate à pandemia, nunca aconteceu; quebra de patentes das indústrias farmacêuticas que lucraram ainda mais com a pandemia até com os anestésicos para intubação, nunca foram efetivadas; a proibição das demissões para que os trabalhadores não ficassem sem salário ou correndo risco de se contaminarem na fila do desemprego em busca de sustento, não foi garantida. E tudo isso porque o lucro dos capitalistas não poderia ser afetado - pelo contrário, se pudesse crescer, melhor seria.

Inclusive, o estado do Amazonas foi um dos primeiros a declarar o retorno precoce das aulas, resultando em uma aceleração de infecções de professores diretamente, não sabendo o cálculo de quantos novos casos surgiram indiretamente pela reabertura das escolas.

A região Norte e Nordeste do país nem sequer têm saneamento básico suficiente para atender toda a população, estando isso por trás também da alta crise que levou novamente o colapso ao sistema de saúde em Manaus.

É escandaloso que um estado que apenas em 2019 produziu mais de R$ 100 bilhões em suas zonas industriais, utilizando recursos naturais e de mão de obra de todo o território, viva em tamanha miséria e escassez de serviços básicos de saúde.

Segundo o atual prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), a falta de oxigênio se dá pela falta de estradas, isolamento geográfico do estado e sua capital e o monopólio da empresa White Martins sob a produção de cilindros de oxigênio. Uma mentira deslavada quando se têm notícias de que o governo do estado está fazendo acordo com a indústria americana para a compra de cilindros de oxigênio. Isso prova que a culpa dessa situação é a ganância capitalista e os governos que se ajoelham para o mercado para garantir o lucro dos grandes empresários.

Veja também: Crise no sistema de saúde de Manaus pode deixar 60 bebês prematuros morrerem asfixiados.

A busca por lucro em detrimento à vida, não tem limites para os capitalistas. Usam dessa pandemia, da crise sanitária, para lucrarem mais, aumentarem seus poderes políticos e econômicos. Os governos - o reacionário e negacionista Bolsonaro, mas também tantos outros golpistas como Wilson Lima, Arthur Virgílio (PSDB: ex-prefeito de Manaus) e David Almeida - junto com militares e os poderes legislativo e judiciário, atuam para garantir um sistema político que seja um balcão de negócios para os interesses dos capitalistas. Por isso, a doença mais nefasta que destrói com vida da juventude e dos trabalhadores no mundo é o próprio sistema capitalista.

Veja também - Letícia Parks: "A barbárie capitalista está matando sufocados negros e indígenas em Manaus”.

É preciso agora tomar medidas urgentes através de um plano de emergência. É necessário o confisco imediato de todo o oxigênio disponível no mercado para atender a demanda da população, e ainda a reconversão de indústrias para uma maior produção. Essa produção deve estar sob o controle dos trabalhadores que são aqueles que devem estar à frente de responder a crise e não nas mãos negligentes de políticos ou gananciosas de empresários. É necessário centralizar a fila de leitos de UTI, que está em mais de 480 pessoas na espera, para que não sejam apenas os mais pobres a pagar com suas vidas pela falta de UTIs. Além da contratação de trabalhadores da saúde para atender ao aumento da demanda de pacientes.

Somente um plano emergencial como esse, em defesa das vidas, colocando a produção e a gestão da crise nas mãos dos trabalhadores pode impedir que milhares sigam morrendo fruto do descaso dos golpistas, do negacionismo de Bolsonaro e da irracionalidade capitalista que seguirá levando todos nós à asfixia e à barbárie.

 
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