Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O título de marechal à partir de 1967 era concedido apenas em caso de conflito bélico. No governo Bolsonaro, ao que parece, qualquer um pode ser marechal, inclusive depois de morto. O torturador do DOI-CODI que atendia pelo codinome Dr. Tibiriça, Ustra, condenado em 2008 como torturador na ditadura militar (1964-1985) e falecido em 2015 subiu 4 patentes para chegar ao cargo de marechal e pagar pensões que somam R$30.615,80 para as filhas. Os dados foram acessados no Portal da Transparência na noite dessa quinta-feira (5).
Multiplique-se esse valor por pelo menos 215 a depender da quantidade de pensionistas e o resultado são milhões de reais em dinheiro público sustentando essa farra. O Brasil mesmo antes de 2019 já tinha recorde de marechais (73 em 1975) mais do que os exércitos inglês e francês juntos durante toda a história do século XX. Agora pode ser o país com maior número de marechais do mundo.
Esses militares de alta patente, muitos dos quais compõem ministérios do governo Bolsonaro, não foram sequer investigados após a "transição democrática" nos anos 1980, quem dirá julgados e condenados pelos seus crimes durante a ditadura. Anistiados na constituinte de 1988 permaneceram impunes durante os 13 anos do governo do PT e retornam agora para descarregar a crise capitalista e a pandemia sobre os trabalhadores. Por isso não se pode depositar nenhuma confiança num possível processo de impeachment de Bolsonaro que coloque o general Mourão no poder. Somente a classe trabalhadora auto organizada pode parar o país e mudar as regras desse jogo sujo.
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