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Educação
Escolas estaduais do RJ têm 205 professores de Filosofia para 678 mil alunos
Redação

Sem concurso desde 2014, as escolas estaduais do Rio de Janeiro possuem hoje 205 professores de Filosofia na ativa, e 1018 professores de Sociologia para uma rede de quase 700 mil alunos.

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Sem concurso desde 2014, as escolas estaduais do Rio de Janeiro possuem hoje 205 professores de Filosofia na ativa, e 1018 professores de Sociologia. Os dados apresentados nesta matéria foram conseguidos por uma professora que compartilhou nas redes:

O dado contrasta com o tamanho da rede administrada pela Secretaria de Estado da Educação do RJ. São 1.230 escolas, com 23 mil turmas e 678,2 mil estudantes essencialmente do Ensino Médio. Ao invés de novos concursos, a Seeduc RJ opta por remanejar professores de outras áreas que possuam habilitação. É assim que um professores de história, geografia ou outras disciplinas, através de uma habilitação, acabam dando aulas de Filosofia e Sociologia (quadro abaixo):

Mesmo assim a carência de professores não se resolve:

Os professores estaduais tem o salário totalmente defasado: R$ 1.333,26 para DOC I por 16 horas semanais, R$ 2.499,82 para DOC I por 30 horas (ambos do Ensino Médio), e R$ 1.062,85 para DOC II por 22 horas por semana (fundamental anos finais).

Com isso, têm que procurar regências em outras disciplinas e ainda dependem das horas de GLP, em turmas sem professores que precisam ser cobertas, e que a Seeduc oferece como uma "hora extra", que não conta como tempo de serviço, pagando somente a hora trabalhada (sem receber nas férias, sem acrescentar no décimo terceiro ou aposentadoria).

Essa situação só piora na passagem de 2022 para 2023, quando a Seeduc prevê a implementação total da nova BNCC. Os tempos das disciplinas de Filosofia e Sociologia estão sendo substituídos por "Projeto de Vida" e matérias similares da ideologia do empreendedorismo que veio junto com o Novo Ensino Médio (NEM).

E os professores que protestarem contra a nova BNCC terão que correr atrás para se manter dando aulas, pois Filosofia e Sociologia ficarão com apenas um ano do Ensino Médio, sendo os outros dois anos preenchidos com estas novas disciplinas moldadas ao sabor das empresas privadas que vendem material didático para o Estado.

Quer dizer, um professor de Filosofia ou Sociologia que tinha 6 tempos de aula em uma escola e 6 em outra, por exemplo, terá que correr atrás de mais outras 4 escolas agora, para cumprir a carga horária no ano que vem. O mesmo ocorre em outras disciplinas, a diferença é que quanto menos tempo de aula você dá em uma escola, mais escola terá que correr para cumprir sua carga horária.

A precarização do Ensino Médio enquanto sobra verba para projetos absurdos de militarização como o Cidade Integrada de Cláudio Castro mostra que a preferência do Estado do Rio de Janeiro tem sido investir na repressão policial, que mata todos os dias os nossos alunos. Castro preferiu investir nas polícias e no aparato repressivo porque essa é a sua base eleitoral: bolsonaristas e milicianos. Em sua oposição, porém, Marcelo Freixo parou de falar de educação, tem afirmado abertamente que dialoga preferencialmente com os empresários, policiais e pastores! Não é uma alternativa pois em seu programa, busca negociar o regime de recuperação fiscal com a União, procurando pagar as caras parcelas impostas durante o governo Temer que poderiam muito bem ser investidas em educação.

 
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