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PRECARIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO
Rodrigo Garcia corta gratificação noturna dos professores da rede em SP
Danielle Jardini

Em meio aos muitos ataques que os professores estaduais vêm enfrentando, o corte de 50% da gratificação noturna, mesmo para os professores que não aderiram a Nova Carreira, precariza ainda mais as condições de trabalho.

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O cenário de precarização das escolas estaduais de São Paulo não é novo, ele veio se acentuando ao longo de todos esses anos de governos psdebistas, com Geraldo Alckmin a frente de alguns deles, diga-se de passagem.

Com a expansão do modelo de ensino integral (PEI), as escolas regulares estão com as salas de aula superlotadas, com classes passando dos 70 alunos em suas listas de chamada, enquanto que nas PEIs muitas salas estão sendo fechadas pela falta de interesse dos alunos nessa modalidade excludente, que não permite aos estudantes trabalhadores, conciliarem os estudos com suas horas de trabalho.

Além disso, o Novo Ensino Médio aprofunda ainda mais a desigualdade entre alunos de escolas privadas e públicas, pois retira diversos componentes curriculares e coloca em seu lugar itinerários formativos que não passam de propostas superficiais e que não despertam interesse dos estudantes, que ficam muitas vezes sem entender o sentido de estar na escola.

Os professores da rede estadual vêm enfrentando seguidos ataques a sua profissão com a imposição da Nova Carreira, que se apresenta como uma possibilidade de melhora nos rendimentos, mas que transforma parte do salário em subsídio e retira diversos direitos como as faltas abonadas, redução no recebimento do adicional de local de exercício (ALE) e a falta-aula. Em algumas escolas, professores já denunciam que trabalham o turno todo para na última aula serem avisados que perderam o dia, pois chegaram atrasados.

Vale ressaltar ainda, que diferente do que aparece na mídia, nem todos os professores podem escolher aderir ou não a essa “nova carreira”, uma vez que os contratados (categoria O) são conduzidos automaticamente a ela.

E como se não bastasse todos esses absurdos, com a Nova Carreira há o corte da gratificação noturna, que já era limitada a 20%, agora passa para 10%, mesmo para aqueles que não aderiram ao novo modelo, mostrando que toda essa proposta não passa de uma falácia, revoltando o quadro de professores que precisam lecionar a noite e que com salários defasados, acabavam tendo nessa gratificação, ainda que pequena, uma parcela importante para compor seu salário.

“Pego aula a noite para melhorar um pouco o meu salário, com quase duzentos reais a menos, não sei o que vou fazer, esse dinheiro vai me fazer falta” afirma professor.

Essas retiradas de direitos surgem num contexto onde as condições de vida extremamente difíceis colocadas pelo governo Bolsonaro, com fila do osso e soro de leite, agravam ainda mais a categoria de trabalhadores da educação.

Todas essas manobras também são parte do desmonte do ensino noturno, para desestimular os professores e avançar com a expansão das escolas de ensino integral.

Enquanto isso, a APEOESP se limita a uma estratégia meramente eleitoral para eleger Lula e Alckmin, tomando apenas medidas judiciais contra todos esses ataques, o que já se provou ineficiente.

Precisamos cobrar do nosso sindicato que articule a luta dos professores, com reuniões nas escolas, assembleias e manifestações e não se limite a campanhas eleitoreiras.

 
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