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Porto Alegre
Indígenas Kaingang e Xokleng ocupam Morro Santana contra especulação imobiliária
Caio Reis
Antônio D.

Indígenas dos povos Kaingang e Xokleng, junto com apoiadores, ocuparam um terreno no Morro Santana em Porto Alegre contra as investidas da especulação financeira que quer construir um mega empreendimento em cima de uma área de preservação ambiental e sítio arqueológicos.

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Foto de Teia dos Povos.

Na noite de ontem, terça-feira (18/10), indígenas dos povos Kaingang e Xokleng, junto com apoiadores, ocuparam um terreno no Morro Santana (Porto Alegre/RS). Os Kaingang têm o Morro Santana como uma de suas terras sagradas, isso pelo fato de ali estarem sepultadas centenas de gerações de seus antepassados. Os terrenos estão sob ameaça da especulação imobiliária que busca lucrar em cima dessa área de preservação. A área que foi ocupada pelos indígenas estava sem uso há 40 anos. Nos anos 70 era parte da chácara do complexo de pedreiras do Morro Santana. Esse foi desativado após a falência da mineradora do reacionário burguês José Asmuz, em 1981. O imovel foi na época hipotecado e comprado pelo Banco Maisonnave, hoje Maisonnave Companhia de Participações, que tem planos de construir um mega empreendimento imobiliário no terreno.
O projeto já foi aprovado para construção pela prefeitura, a construção terá 11 torres de apartamentos, o que diretamente destruiria toda a antiga área de preservação permanente.

Vale colocar que o local é um sítio arqueológico que data o período pré-colonial. É também visualmente reconhecido que o empreendimento de extração de mineral destruiu diretamente a paisagem do morro, deixando uma gigante cratera conhecida como Pedreira do Asmuz. Mais bizarro foi no ano passado, quando o nojento vereador Jessé Sangalli (Cidadania) propôs em TV aberta privatizar o Morro para a implantação de empreendimentos turísticos no local. Na época, os moradores junto a organizações políticas que desenvolvem trabalho na região e pesquisadores da UFRGS, organizaram uma mobilização contrária ao projeto. Hoje a UFRGS é quem administra boa parte do Morro Santana.

Maisonnave Cia. a empresa foi extinta pela justiça quando deu o calote em sua dívida com o BNDES. O valor do deste dívida era, na época, “era suficiente para construir 390.851 casas populares, equivalente a cerca de 5% de todo orçamento da União”. (Trecho retirado da notícia da Teia dos Povos, acesse essa notícia na íntegra aqui! https://teiadospovos.org/indigenas-kaingang-e-xokleng-retomam-territorio-ancestral-no-morro-santana-em-porto-alegre/). Todo esse dinheiro que o Estado tomou calote foi diretamente tirado da classe trabalhadora, da juventude, dos indígenas, de todos os explorados, para diretamente ir para o bolso desse banqueiro parasita, que até hoje não foi penalizado, nem quitou sua dívida.

Não podemos pensar nessa mobilização por fora do contexto nacional, onde o governo Bolsonaro e Mourão, durante 4 anos despejou brutais ataques contra a classe trabalhadora, juventude, povos indígenas, e todos setores explorados. Em especial, os ataques aos Indígenas foram nefastos, Bolsonaro desmontou totalmente as proteções sociais dessas populações. A FUNAI e o IBAMA praticamente não existem mais. Você pode ler sobre isso aqui!

Importante retomarmos as bandeiras da autodeterminação dos povos! Pelo direito de autodeterminação dos Indígenas! É com essa força , que durante esse ano se expressou no Acampamento Indígena em Brasília, que se mobilizava contra o Marco Temporal, mais um ataque que só está temporariamente engavetado pela força que foi mostrada nas ruas. Leia mais sobre o acampamento aqui!

Só podemos derrotar a especulação, a direita e os patrões na luta de classes! Com a auto-organização dos trabalhadores em aliança com todos oprimidos. Como visto no 1 turno, as alianças com a direita só fortalecem a direita. Para impor que os capitalistas paguem por sua crise se coloca necessário a unidade entre explorados e não com nossos exploradores. Esses banqueiros que são por natureza parasitas da sociedade, lucram com o sofrimento alheio, esses em específicos são ainda mais nojentos, colocam a classe trabalhadora, a juventude, os indigénas e negros, a pagarem por suas dívidas. Não podemos aceitar de nenhuma maneira! Nós do Esquerda Diário e MRT prestamos toda solidariedade aos lutadores que protagonizaram essa ocupação, colocamos nosso Diário à disposição de amplificar essas denúncias, fortalecendo o apoio da população a ação (e suas continuidades), que se mostra necessário para massificarmos essa batalha contra a especulação.

 
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