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Economia
Programa econômico de Lula-Alckmin enfatiza ’responsabilidade fiscal’ em meio à crise e inflação
Virgílio Grasso
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Bolsonaro e a extrema direita são os responsáveis pelas taxas recorde de desemprego, inflação e fome. Seu programa econômico ultraliberal é para que trabalhemos até morrer, a defesa aberta e descarada da ditadura patronal nas fábricas. São herdeiros de escravocratas e implementadores de ataques como a Reforma Trabalhista de Temer, que Bolsonaro aprofundou com a Carteira Verde e Amarela, como a Reforma da Previdência. Guedes já admitiu que, se Bolsonaro for reeleito, congelará salários e aposentadorias, negando a correção pela inflação, sendo que o IBGE aponta que a taxa de inflação atual (9,54%) é a maior desde a hiperinflação anterior ao Plano Real.

Como se não bastasse, os bolsonaristas no Congresso querem aprovar uma reforma administrativa, um ataque frontal aos servidores públicos. Propõem aprofundar e legalizar a modalidade de contrato temporário de servidores, mediante “seleção simplificada”, que autoriza inclusive a utilização ainda maior de mão de obra terceirizada, com aval do STF e seu autoritarismo, até mesmo para professores, enfermeiros, como já vem ocorrendo em cargos como maqueiros ou trabalhadores da limpeza. Irá reduzir jornada com redução de salário, não para criar novos empregos, mas pagar menores salários aos servidores.

Diante disso, os trabalhadores e todos os setores oprimidos precisam defender um programa de emergência que ataque pela raiz os lucros dos capitalistas. Na contramão disso, o programa econômico da chapa Lula-Alckmin anuncia uma plataforma para beneficiar...o grande capital industrial e financeiro.

Em tweet, Alckmin, que se tornou o porta-voz de Lula diante das patronais industriais e agrárias, lança um bálsamo às preocupações dos exploradores. Defende a responsabilidade fiscal, que mais ainda em tempos de crise significa ajustes e cortes nos programas sociais para garantir financiamento privado e o pagamento dos juros da fraudulenta dívida pública. Promete "aumentar a produtividade e reduzir o custo da produção". Em linguagem simples, isso significa reduzir os custos da força de trabalho e facilitar demissões. Essa é a regra de ouro da economia liberal. A "retomada da indústria e da renda" está vinculada a essa perspectiva, que auxilia os patrões a atuarem nas fábricas e serviços condicionando as vidas de milhões de trabalhadores ao aumento de sua margem de lucro. Os novos "acordos internacionais" estendem esses benefícios ao capital estrangeiro. As parcerias público-privadas, que Alckmin generalizou em SP para prejuízo dos serviços públicos (precarizando o transporte, a saúde e o ensino públicos), também é parte do plano.

"Credibilidade, estabilidade e previsibilidade" aos lucros capitalistas são chancelados com a lembrança de que todos os funcionários neoliberais do Plano Real de FHC (Lara Resende, Pedro Malan, Pérsio Arida, Armínio Fraga, Edmar Bacha, entre outros) estarão no novo governo. Naturalmente, tudo isso se ergue sobre a promessa de não revogar nenhuma das reformas da direita, desde a Reforma Trabalhista (Lula assegurou a William Waack na CNN que não alterará a reforma) e a Reforma da Previdência.

Precisamos enfrentar a extrema direita em suas raízes, combatendo o programa econômico que representa. Rechaçamos essa reforma administrativa, precarizadora das condições de vida e trabalho de todo o funcionalismo. Ademais, é urgente a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais, sem redução salarial, para combater Bolsonaro e o desemprego, assim como a revogação de todas as reformas e privatizações. Da mesma maneira, é necessário distribuir as horas de trabalho disponíveis a todos os trabalhadores, a fim de unificar empregados e desempregados. Ligado a isso, que o salário seja reajustado de acordo com a inflação. A diminuição das horas de trabalho para todos os trabalhadores sem redução do salário é uma política que possibilitaria a extinção do desemprego, salários dignos. Uma proposta que vem na contramão e em combate a reforma trabalhista, confrontando diretamente a política do governo de ataques contra os direitos dos trabalhadores e contra suas vidas. Atacando também os lucros daqueles que nos exploram. Eles querem seguir mantendo seus lucros e seus luxos, enquanto os trabalhadores querem vida digna com saúde, educação de qualidade, esse choque de interesses só é possível se resolver na luta.

Por isso também colocamos que para combater Bolsonaro, o bolsonarismo, as reformas, é preciso superar a conciliação de classes de Lula e PT. São os capitalistas que têm que pagar por essa crise e temos que unificar entre os trabalhadores, os setores oprimidos e o povo pobre, contra as reformas impostas por Bolsonaro, STF, Congresso, sem aliança com a direita. E, em perspectiva, combater a base do capitalismo, por uma sociedade sem exploração e opressão.

 
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