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Análise
Tensionando com aliados e setores do agro, Bolsonaro passa à transição preservando a base mobilizada
Mateus Castor
Cientista Social (USP), professor e estudante de História

A aposta de Bolsonaro, em seu prolongado silêncio combinado ao barulho golpista de sua base mobilizada nas rodovias, pela afirmação de sua força como oposição de direita no futuro regime político, não ocorre sem gerar divergências internas dentro do próprio bloco político bolsonarista.

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Imagem: Reprodução

Extrema-direita | O bolsonarismo mostra os dentes, é preciso organizar a luta dos trabalhadores de forma independente e combatê-lo

Não somente figuras como Lira, Mourão e Tarcísio, Silas Malafaia, se prontificaram a reconhecer o resultado logo após a apuração eleitoral, os setores patronais do transporte e do agronegócio se posicionaram contra os bloqueios que ocorrem desde a noite de domingo. A Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária e a Confederação Nacional de Combustíveis (Fecombustíveis) declararam-se contrários aos bloqueios e reconheceram o resultado eleitoral, esperando uma colaboração do novo governo Lula-Alckmin. O setor de frigoríficos e lácteos também posicionaram-se contra a ação da base dura golpista.

Outras grandes entidades patronais do agronegócio somaram-se a pressão à Bolsonaro. Ainda que as declarações da Confederação Nacional do Transporte e a Frente Parlamentar da Agropecuária partam de um “apelo” e do respeito ao “direito de manifestação de todo cidadão”, o tom foi crítico. A postura é bem diferente da de 2018, quando as grandes patronais não só foram coniventes como tiveram uma participação ativa na paralisação dos caminhoneiros.

O fato é que a posição hegemônica do grande agronegócio brasileiro reconhecendo o resultado eleitoral e criticando as ações nas rodoviais tem uma grande influência na breve declaração de Bolsonaro. Trata-se de um agro dos mais poderosos do planeta, no topo do ranking mundial de exportação ao mesmo tempo em que milhões de brasileiros passam fome e não possuem terras para produzir.

O derrotado não reconheceu o resultado diretamente, mas discursou como um líder da oposição de extrema direita, não condenando sua base política mais dura que ainda bloqueia rodovias, deixou ao ministro da Casa Civil o pronunciamento do governo de que está a postos para o processo de transição.

Os bloqueios indicam uma ação de uma extrema-direita golpista que já localiza-se como oposição. Desta forma, ainda que subordine-se ao grande capital, incluindo o agronegócio, já mostra um determinado nível de autonomia de movimentação da reacionária base bolsonarista. Um breve ensaio, um capitólio à brasileira, que exemplifica o que será um regime com um congresso mais reacionário, com bolsonaristas à postos em cargos chave do regime político e com uma militância de extrema direita moralizada e mobilizada.

Bloqueios golpistas | Trabalhadores mostram o caminho pra enfrentar os bloqueios bolsonaristas

É preciso responder às manifestações golpistas e patronais do bolsonarismo com a força da classe trabalhadora, de forma independente do governo eleito. Tomemos os exemplos de metalúrgicos, estaleiros e população que está se enfrentando com o bolsonarismo nas rodovias. Que os sindicatos organizem um plano de luta já! Revogação integral de todas as reformas neoliberais e os ataques!

 
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