“Aê pessoal, frigorífico aí ó, mandando pra nós aí ó!”. Declara um dos manifestantes em vídeo no momento em que recebem as peças inteiras de carne da patronal apoiadora de Bolsonaro. Prova de como os atos são sustentados por setores da burguesia que apoiam as medidas que destroem a vida da classe trabalhadora e do povo pobre representadas pelo atual governo. Ao pedirem por golpe militar após a derrota de seu candidato nas urnas, bloquearam mais de 300 vias pelo país, com uma diminuição hoje, mas seguem ocupando as ruas com o suporte dos setores mais asquerosos da burguesia - latifundiários, transportadoras, com cenas absurdas de tratores do agro nas ruas - que querem demonstrar a força bolsonarista que continua firme.
A cena é difícil de engolir se pensamos nas milhões de pessoas que amargam na linha da fome e da insegurança alimentar no país. Revoltante notar o quanto é real que os lucros deles significam a piora das condições de vida da classe trabalhadora e do povo pobre, que passa fome nas filas do osso e do lixo, do povo negro que morre na mira da polícia racista que inclusive declarou apoio às manifestações e organizou bloqueios no domingo de transportes de votantes, com peso maior no Nordeste, onde Bolsonaro é mais odiado, a mesma PRF responsável pelo assassinato de Genivaldo em uma câmara de gás improvisada e de Lorenzo, menino de 14 anos que retornava para casa após o trabalho como entregador de aplicativo.
Para derrotar Bolsonaro, o bolsonarismo e a extrema direita, os moradores de São Mateus /ES, trabalhadores estaleiros da Brasfels em Angra dos Reis e as torcidas organizadas mostram o caminho, enfrentando bravamente os bloqueios e expulsando os manifestantes das estradas, pois não podemos confiar na PRF racista e representante do estado, defensora da propriedade privada burguesa. Ou no STF que também foi responsável por conduzir o golpe institucional, a prisão arbitrária de Lula e as eleições manipuladas de 2018.
É urgente que as centrais sindicais como a CUT e a CTB, junto à UNE (PT e PCdoB), organizem a luta em cada local de trabalho e estudo, com a união de estudantes, trabalhadores e todos os setores oprimidos, para fazer uma frente capaz de derrotar as ações reacionárias do bolsonarismo, que mostrou sua força nos dois turnos das eleições de 2022, provando que não são as eleições que vão derrotar essa extrema direita nojenta, muito menos a aliança com a direita como faz Lula junto com Alckmin e todos os setores apoiadores do golpe de 2016 e de Bolsonaro em 2018. Por isso defendemos uma luta independente! Uma só classe, uma só luta!
|