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Cerimônia de abertura
Emir do Catar: diversidade no discurso, perseguição e repressão na prática
Redação

Ontem (20), ocorreu a cerimônia de abertura da copa do mundo do Catar. O bizarro discurso do Emir do Catar chamou a atenção, celebrando a diversidade da copa do mundo em um país que persegue minorias, oprime as mulheres e viola os direitos humanos.

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KARIM JAAFAR / AFP

Após a apresentação de artistas, dançarinos e dos mascotes da copa, a cerimônia de abertura da Copa do Mundo do Catar contou com um curioso discurso do emir Tamim bin Hamad al-Thani. O líder da monarquia absoluta do Catar ressaltou como era bom ter a diversidade e as diferenças de todas as nações dentro do Catar.

Um discurso desconectado da realidade, em um país onde as denúncias de violações dos direitos humanos são frequentes.

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No Catar a homossexualidade é criminalizada, o código penal do país prevê 10 anos de prisão a quem se envolver em relações sexuais homossexuais e 3 anos para quem fizer "apologia". Vários membros da comunidade LGBT já foram presos no Catar. As mulheres passam a vida sob tutela legal de homens (pai, marido, irmão), e não podem aparecer em público sem as vestes tradicionais que escondem o corpo.

Trecho em questão, proferido pelo Emir, foi o seguinte: "As pessoas, por mais que sejam diferentes, nacionalidades diferentes, culturas diferentes, orientações diferentes, vão se reunir aqui no Qatar, e todos os continentes vão se reunir no nosso país. Que beleza juntar essas diferenças todas, essa diversidade toda para reunir todo mundo aqui."

Talvez o que ele quisesse dizer era "que beleza juntar esse dinheiro todo", já que o Catar, um pequeno país, desértico e pouco populoso, se tornou um grande canteiro de obras de infraestrutura durante a preparação para a Copa do Mundo. E além disso, inserindo o Catar na cena mundial, para intensificar os negócios bilionários que os emirados reacionários sempre tiveram com os países "democráticos" da Europa.

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Obras que atraíram a mão de obra de milhões de imigrantes de todas as partes do mundo, imigrantes que hoje são ampla maioria da população do Catar. Esses imigrantes trabalhavam em condições terríveis, em constante risco de lesão ou morte. As notícias sobre as milhares de mortes de trabalhadores imigrantes ilustram o quê o Emir da diversidade reserva para os trabalhadores de seu país.

 
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