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2° dia da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas
MRT defende uma política independente para derrotar o bolsonarismo e as reformas
Redação

Ocorre nesse final de semana dos dias 02, 03 e 04 de dezembro a reunião da coordenação nacional da CSP-Conlutas no Sindicato dos Metroviarios de SP. Como parte da central, veja as intervenções da delegação dos trabalhadores do MRT no segundo dia de debates sobre a conjura nacional. Expressando a necessidade de uma política independente que organize a nossa classe para derrotar o bolsonarismo, exigindo que as centrais rompam com sua subserviência ao governo de frente ampla eleito e organize um plano de lutas para derrotar e revogar todas reformas.

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O segundo dia de discussões da reunião da Coordenação Nacional da CSP- Conlutas foi marcado pelo debate da conjuntura nacional. Mais de 200 delegados e observadores de várias categorias sindicais e do movimento social, debateram a organização independente da luta dos trabalhadores, diante o novo governo eleito de frente ampla do PT.

Maíra Machado, professora da rede estadual de SP e ex candidata a deputada estadual pelo MRT, denunciou as ações golpistas do bolsonarismo com os bloqueios de estradas e manifestações em frente aos quartéis. Demonstrando como a extrema direita saiu fortalecida, social e politicamente, mesmo com a derrota eleitoral de Bolsonaro para Lula.

Maíra destacou como a política de frente ampla liderada pelo PT, junto com as aulas mais reacionárias da burguesia e de suas representações políticas que estiveram a frente do golpe institucional de 2016, não é capaz de impor uma derrota ao bolsonarismo. A atual transição do novo governo comandada por Alckmin, segundo ela, expressa a defesa das reformas aprovadas do últimos período contra os trabalhadores, como a reforma trabalhista e da previdência. Ao longo da última semana, centrais sindicais, como a CUT, Força Sindical e a UGT, se reuniram com os representantes do novo governo, e declararam que não estão a favor de revogar a reforma trabalhista e querem apenas uma nova fonte de financiamento para reforçar sua subserviência a agenda econômica de ataques do governo.

Maíra apontou a necessidade da CSP- Conlutas ser uma força independente que apresente uma alternativa política de organização do trabalhadores. Defendeu a exigência às centrais que rompam com a política de passivização que ja vinham tendo e agora apontam a aprofundar, como parte de seu apoio ao novo governo eleito, e organizem um plano de lutas. Maíra reforçou que será através da luta de classes, relembrando as manifestações de junho de 2013, que derrotaremos Bolsonaro e a extrema direita. Ao contrário da tese petista que afirma q a luta de classes pode destabilizar o novo governo e fortalecer Bolsonaro e seus aliados.

Flávia Telles, professora e delegada pela minoria da APEOESP, denunciou os últimos 4 anos de governo Bolsonaro na educação. Uma ofensiva ideológica e política de ataques contra os trabalhadores da educação e os setores da juventude, sobretudo negros e LGBTs.

Flávia denunciou a reforma do ensino médio, uma medida impulsionada e defendida por empresários como uma espécie de uberizacao da educação ligada a manutenção do trabalho precário e informal. Chamando a CSP Conlutas a ligar a luta contra a reforma do ensino médio a batalha pela revogação das outras reformas, unificando a luta dos trabalhadores e da juventude em todo o país.

Flávia chamou atenção também para a campanha pelo Despejo Zero contra a precarização da vida da juventude, buscando aliar a central ao movimento negro e os movimentos sociais na luta por moradia já no chamado ao ato para o próximo dia 07/12. Por fim, Flávia denunciou as ações institucionais do judiciário e sua relação com o governo de frente ampla, que para além de legitimar os ataques, também perseguem ativistas como o entregador Galo e a pauta inegociável de fim de todos os processos contra o ativista, além disso, lembrou da demissão do dirigente sindical Mancha dos Metalúrgicos de São José dos Campos.

Bruno Gilga, trabalhador da USP e militante do MRT, retomou o debate contra as tese petistas de que as manifestações de junho levaram ao fortalecimento da extrema direita. Como parte da justificativa de setores intelectuais como Marilena Chauí, para respaldar a política de traição e repressão que o PT esteve a frente atuando abertamente contra a luta de classes em 2013. Em prol da estabilidade e a governabilidade, como se qualquer mobilização favorecesse hoje a instabilidade política e consequentemente ao Bolsonarismo. PT e os setores da esquerda como o PSOL defendem essa política, que na prática é o que respalda a agenda de reformas, explicando o posicionamento das principais centrais hoje saem em sua defesa.

Bruno em sua intervenção demonstrou como a política que favoreceu a extrema direita foi justamente a política do PT nos últimos anos. Sendo não somente o governo que na época atacava junto com a polícia de Alckmin as manifestações de rua, que construíram alianças com a bancada evangélica e ruralista rifando os direitos democráticos, e atacaram os trabalhadores no governo Dilma, abrindo o caminho para o golpe institucional de 2016. Para Bruno, a CSP- Conlutas possui uma importância para organização independente dos trabalhadores, na denuncia e exigência que as centrais rompam sua política interessada ao governo e organize um plano de lutas. Para isso, ao contrário do que sinaliza a política do PSTU, majoritária da central, em acabar com o Polo Socialista depois das eleições, seria necessário fortalece-lo sua organização desde a base nas principais lutas que estão por vir.

Fernanda Peluci, diretora do Sindicato dos Metroviarios de SP na recém eleita gestão que derrotou a burocracia sindical da CTB e da CUT (respaldada por setores stalinista como a UP), destacou como a eleição de Tarcísio representa um dos centros de organização da extrema direita a nível nacional, do ponto de vista institucional e político para atacar ainda mais os trabalhadores e a juventude.

Fernanda denunciou a formação política de Tarcísio na invasão das tropas brasileiras ao Haiti, que resultaram na morte de milhares de negros, estupro de mulheres e ataques aos direitos mais básicos dos haitianos. Tarcísio hoje é o representante do bolsonarismo, ligado a igreja universal e comprometido com a agenda privatista dos principais setores de infra estrutura como os transportes. Em particular o Metrô de SP. Além disso, acaba de indicar como Secretário de Segurança Pública, o Capitão Derrite, que recentemente declarou que policial bom é aquele que tem ao menos "3 homicídios no currículo".

Por último, Marcello Pablito trabalhador da USP e ex candidato a deputado federal pelo MRT, retomou os principais pontos da delegação sobre a conjuntura nacional. Marcada pela mudança da situação política. Reforçando a necessidade da Central Sindical ser uma referência de organização política independente dos trabalhadores para lutar contra o bolsonarismo e as reformas.

Pablito reforçou a denuncia de institucionalização e das ações golpistas do bolsonarismo, mas também como o atual governo eleito mantém uma relação institucional com o judiciário, os militares e o agronegócio para atacar os trabalhadores e aumentar ainda mais a repressão a juventude negra. Pablito mostrou como a burocracia sindical faz parte dessa operação institucional, para respaldar a agenda política econômica da frente ampla.

 
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