O ataque final do governo Bolsonaro às federais se expressa em uma situação extrema em que as universidades federais estão anunciando o calote no pagamento de bolsas e o salário das e dos trabalhadores terceirizados. A CAPES, por exemplo, não conseguirá pagar as bolsas de novembro de 14 mil médicos residentes e 140 mil bolsistas.
O nível desse absurdo pede a convocação urgente de assembleias em todas as instituições federais do país visando a construção massiva de uma verdadeira paralisação nacional, pelo pagamento imediato dessas bolsas e a reversão integral dos cortes. Entretanto, o que vemos por parte da UNE e da ANPG, dirigidas pelo PT e PCdoB, integrantes do governo de transição, é a convocação de uma paralisação nacional por fora da organização de assembleias, de impulsionar a luta base, buscando descomprimir a revolta dos estudantes enquanto seguem confiando no futuro governo para reverter os cortes no próximo período.
Nessa espera passiva promovida pela UNE e ANPG, assistimos à degradação progressiva através de 8 anos de corte na Educação que resultaram na alarmante situação de calote generalizado em bolsistas e salários de terceirizados, até na ameaça das universidades fecharem as portas. Agora, enquanto estão juntos no governo de transição com barões da iniciativa privada na área de educação, como Lehmann e o grupo Itaú interessados no desmonte do ensino público, fazem o chamado para confiar na reversão dos cortes pelo governo.
Veja mais: UNE na transição de Alckmin junto ao MDB: por que lutar por entidades independentes de todos os governos?
Não podemos esperar! É fundamental que cada CA e DCE, assim como demais entidades representativas estudantis e sindicatos, convoquem reuniões e assembleias em cada local de estudo e trabalho, para organizar os estudantes e trabalhadores em defesa da educação, contra a lei do teto de gastos e o pagamento da dívida pública, para ampliar o financiamento da educação, assim como garantir que todas as bolsas e salários sejam pagos imediatamente.
|