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Cortes nas federais
Terceirizados e estudantes da UFRJ paralisam atividades exigindo pagamento de salários e bolsas
Redação

Estudantes, trabalhadores terceirizados e professores do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais e do Instituto de História, no Largo do São Francisco, paralisaram o prédio no dia de hoje exigindo o imediato pagamento de salários e bolsas. Paralisar foi uma decisão tomada em assembleia pelos três setores, que decidiram por nova paralisação no dia de amanhã (15/12), com manifestação que irá se concentrar às 14h no IFCS e irá em caminhada até a porta do Ministério Público Federal, no Centro.

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Créditos da imagem: Sintufrj

Com o corte de verbas de R$ 1,7 bilhões realizado por Bolsonaro no MEC às escondidas, durante o jogo do Brasil, diversas Universidades Federais ficaram sem verba para pagar empresas terceirizadas e bolsas de assistência estudantil e pesquisa, e o impacto já é sentido na UFRJ com centenas de trabalhadores terceirizados que ficaram sem receber seus salários. São inúmeras famílias sem dinheiro para pagar suas contas, com as empresas terceirizadas forçando os trabalhadores a seguirem batendo ponto mesmo sem ter dinheiro para botar comida na sua casa.

Segundo a UFRJ, o corte chegou a cerca de R$ 15 milhões das despesas previstas para o ano de 2022. Após forte pressão de estudantes e trabalhadores país afora, o governo foi forçado a um recuo parcial, liberando parte do orçamento, que foi usado para pagar algumas bolsas de permanência. Várias outras bolsas, no entanto, além dos repasses às empresas terceirizadas, seguem sem previsão. São trabalhadores dos bandejões, dos serviços gerais, também motoristas, de diversas empresas terceirizadas. Uma destas empresas é a Construir, notória por atrasar salários e infringir direitos trabalhistas.

Na UFRJ, todos os bandejões pararam de funcionar, exceto o bandejão central. Isso afeta também a vida dos estudantes de baixa renda, que já são maioria nas Universidades Federais, e que também foram diretamente afetados pelos cortes, com muitos, inclusive, ficando totalmente impossibilitados de seguir os estudos. Junto a isso, estudantes da graduação ao doutorado que recebem bolsa para desenvolver suas pesquisas também estão com suas bolsas atrasadas.

Mobilizações devem ocorrer em diversos outros campi da Universidade, com um ato convocado para às 9h na frente do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho no Fundão, convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ (Sintufrj), que representa os trabalhadores efetivos. A Associação dos Trabalhadores Terceirizados da UFRJ (Attufrj) convocou a ida dessas mobilizações para o centro. O Sintufrj e a Attufrj convocam, também, a concentração às 14h no IFCS-IH para o ato de amanhã até o MPF. Também estão previstas atividades desde de manhã no prédio, mantendo a paralisação das atividades, e uma nova assembleia antes do ato.

A mobilização na UFRJ se soma a diversos outros exemplos pelo país, em universidades onde pesquisas correm o risco de serem abandonadas, produções academias interrompidas e, às vésperas do natal, trabalhadores que mantém as federais funcionando têm dificuldade de colocar comida na mesa e estudantes filhos da classe trabalhadora enfrentam incerteza de como continuar os estudos. A UFMG, UFRN, UNIPAMPA, UFPEL estão entre os exemplos de luta dos estudantes junto aos trabalhadores terceirizados, dando mostras da necessidade e urgência de apostarmos nas nossas forças e nos métodos da luta de classes para arrancar de volta os salários e bolsas! Não é a primeira vez que Bolsonaro ataca o orçamento da educação, e se algum recúo já foi conquistado é pela força do movimento estudantil aliado aos trabalhadores!

É urgente que essas ações que começam a se desenvolver na UFRJ se massifiquem e se estendam a toda a universidade! Todo apoio à luta dos estudantes e terceirizados contra os cortes e pelo pagamento das bolsas e salários!

 
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