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Bahia
Jovens pataxó são assassinados com tiros nas costas em meio a conflitos por terras
Redação

Os jovens se deslocaram rumo a uma fazenda ocupada quando foram fuzilados pelas costas por assassinos de moto. Grupos indígenas locais já alertaram do risco de pistoleiros na região. Após as mortes, manifestantes bloquearam a BR-101 exigindo a investigação e resolução do crime.

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Os jovens Nawir Brito de Jesus, de 16 anos e Samuel Cristiano do Amor Divino, de 25, indígenas da etnia pataxó foram brutalmente assassinados nesta última terça feira (17) no município de Itabela, no sul da Bahia.

O crime ocorreu quando os dois residentes da Terra Indígena Barra Velha se deslocavam rumo a uma fazenda da região, reivindicada pelo povo pataxó. Segundo testemunhas, homens montados em uma moto os alvejaram pelas costas.

Em resposta aos assassinatos, indígenas bloquearam o km 787 da rodovia BR-101, exigindo agilidade na resolução do crime. O cacique Zeca Pataxó, no local, afirmou que "A situação, com certeza, tem a ver com nosso processo de retomada das nossas terras".

No mesmo dia, um documento enviado pelo Movimento Indígena da Bahia cobra o envio da PF e de órgãos ligados à proteção aos direitos humanos pelo governo federal para averiguar o caso. No documento, apela à "proteção das vidas dos indígenas que ali residem", destacando que as populações pataxó locais "estão sob forte ameaça de pistoleiros".

Estas não são as primeiras mortes de indígenas em Itabela nas mãos de jagunços. Desde o ano passado, ataques ligados a fazendeiros têm se multiplicado contra os pataxó, já chegando ao absurdo de um atentado a tiros contra uma escola indígena em agosto.

Esse revoltante caso reflete uma realidade de povos indígenas Brasil afora. Com demarcações totalmente congeladas durante o odioso e racista governo Bolsonaro, investidas de fazendeiros contra territórios originários se tornaram ainda mais comuns, contando igualmente com a convivência da Funai e das polícias, especialmente servis aos interesses podres e assassinos do agronegócio no interior. Agora, a ameaça do Marco Temporal pelo STF e pelo Congresso, que só foi barrado até aqui pela heróica luta indígena, segue pairando sobre os povos que lutam para retomar suas terras invadidas. Igualmente, o agronegócio se fortalece, com frações como a da latifundiária Simone Tebet contando com representantes de peso no governo Lula, como outras tinham também no governo Bolsonaro.

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O governo bahiano, controlado há tempos pelo PT, igualmente se arrasta frente a absurdos como esse enquanto governa à serviço do agronegócio e os crimes que este comete, como no caso do Quilombo Quingoma.

Diante das chacinas cometidas impunemente por pistoleiros a mando do agronegócio assassino e invasor, é urgente que as organizações da classe trabalhadora tomem também para si a luta junto aos povos originários por demarcação já! Sobre o caso, Flávia Valle, comentou como isso só pode ser feito com total independencia e nenhuma confiança nesse governo nem no judiciário e nas polícias dos patrões!

 
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