www.esquerdadiario.com.br / Veja online / Newsletter
Esquerda Diário
Esquerda Diário
http://issuu.com/vanessa.vlmre/docs/edimpresso_4a500e2d212a56
Twitter Faceboock
Violência policial
Primeiros meses do governo Raquel Lyra aumentou número de assassinatos pela polícia
Beatriz Bandeira

Nos dois primeiros meses deste ano (2023), 21 pessoas foram mortas pelas abordagens brutais da polícia sob o governo de Raquel Lyra (PSDB). O aumento da taxa de mortes por ações policiais foi de 16,6%, se compararmos com os dois primeiros meses de 2022, onde ocorreram 18 mortes, de acordo com os dados da Secretaria de Defesa Social (SDS).

Ver online

Foto: Folha de Caruaru

2020 foi o ano em que a polícia mais matou no Brasil, desde quando o indicador das mortes produzidas por policiais começou a ser monitorado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2013). Segundo a Rede de Observatório da Segurança, dos estados monitorados da região do nordeste, Salvador, Fortaleza e Recife tem 100% das mortes em ações policiais de pessoas negras. A cada quatro horas, uma pessoa negra é morta em ações policiais em, pelo menos, em seis dos sete estados monitorados: São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Maranhão, Piauí e Ceará. Esses dados se traduzem no avanço da política reacionária de extermínio da população negra e jovem que encontrou legitimidade no governo de extrema direita Bolsonarista. Justamente em um país que tem estampado o sangue da população negra vítima do racismo estrutural, que através do Esatdo utiliza dos aparelhos de repressão e opressão racial para explorar a grande maioria da população, atribuindo os trabalhos mais precarizados e descarregando toda a miséria social deste sistema carcomido.

Em Pernambuco o aumento da violência policial no estado segue tendo o mesmo alvo: a população jovem e negra. Lembremos que no ano de 2020, a polícia pernambucana matou 113 pessoas. Destas, 105 eram pessoas negras, e todas as vítimas da capital Recife foram negras e negros; isso também levando em conta que muitos casos não são registrados nos boletins policiais. Segundo o relatório elaborado pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) e pela Rede de Observatórios de Segurança, o percentual de pessoas negras entre os mortos em intervenções policiais em todo o estado de Pernambuco foi de 97%. Esse percentual é bem superior a proporção de negros na população do estado, que é de 61,9%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2021, de todas as cidades que compõem o estado de Pernambuco, dez se destacaram por mortes de pessoas decorrentes de intervenções policiais, são elas: Recife (14); Caruaru (7); Paulista (6); Cabo de Santo Agostinho (6); Jaboatão dos Guararapes (5), Ipojuca (5); São José Da Coroa Grande (4); Petrolina (4); Timbaúba (4) e Camaragibe (2), segundo a Rede de Observatório da Segurança. De todas as vítimas 96,2% foram de pessoas negras.

Como apontam ainda esses dados, Caruaru ficou em segundo lugar em maior número de mortes, em que tinha como gestão na prefeitura da cidade a atual governadora do estado, Raquel Lyra. A governadora se elegeu no ano de 2023 contando com grande apoio de setores bolsonaristas, bem como também das polícias, em que a sua figura representava bastante confiança para fortalecimento dessa ala. Em entrevistas em período eleitoral Lyra fez bastante política pautando a questão de investimento na segurança do estado:

Vamos fortalecer as tropas operacionais de polícia, garantir a requalificação dos quartéis, das delegacias [...]

A gente precisa iniciar um novo programa integrado de combate à violência e de busca de prevenção social em Pernambuco. Nós fizemos isso em Caruaru com o Juntos pela Segurança. Reunimos mais de 700 pessoas, desde a prevenção primária até a gente conseguir fazer a prevenção terciária."

A gente vai trabalhar para a redução da criminalidade em Pernambuco a partir de janeiro de 2023, com liderança, com o sistema de inteligência e com capacidade de gestão"

Em tese, o que tem significado a política da Lyra para o estado de Pernambuco é o fortalecimento do aparelho de coerção do Estado para reprimir a população jovem e negra. Mostrando que durante a sua gestão como prefeita de Caruaru, a sua política de segurança seguia vitimando a população. Enquanto isso, a governadora Lyra segue mantendo a precarização do trabalho em um dos estados em que tem os maiores índices de desemprego e de informalidade do trabalho no Brasil, tendo como grande maioria, as mulheres e jovens negros em situação degradante de trabalho e de vida.

A conjugação de mais policiais nas ruas e o incentivo financeiro para o programa do Pacto Pela Vida não pode ser a resposta a ser aceita pelas massas trabalhadoras, onde as respostas do governo tem levado ao aumento das abordagens violentas na Região Metropolitana do Recife e em todo o estado de pernambuco, escancarando a face brutal da violência e do racismo institucional do Estado capitalista. O aumento do número de assassinatos cometidos pela polícia em Pernambuco é um resultado desse tipo de política reacionária e racista que o governo Raquel Lyra tem levado à frente.

 
Izquierda Diario
Redes sociais
/ esquerdadiario
@EsquerdaDiario
[email protected]
www.esquerdadiario.com.br / Avisos e notícias em seu e-mail clique aqui