No domingo à tarde, várias organizações sociais se reuniram em Nova Iorque contra a legislação aprovada no Texas que limita o direito ao aborto e visa expandir-se para o resto dos estados.
terça-feira 14 de setembro de 2021 | Edição do dia
O governador do Texas assinou em maio uma legislação sobre o projeto de lei anti-aborto "SB 8", que ficou conhecido como a "lei do batimento cardíaco". Esta lei proíbe abortos após a sexta semana e permite que qualquer pessoa processe os provedores de aborto ou aqueles que prestam assistência à pessoa que tenta realizar o término da gravidez após esse período.
O Supremo Tribunal ignorou um recurso de emergência para bloquear a aplicação da lei, e a mesma começou a entrar em vigor.
O Supremo Tribunal já anunciou que irá rever a lei que garante os direitos ao aborto e prepara-se para avançar com o ataque aos direitos reprodutivos nos Estados Unidos.
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A mobilização exigiu que os direitos ao aborto e os direitos reprodutivos fossem garantidos para todas as pessoas.
Profissionais de saúde e clínicos de aborto falaram na manifestação, tal como Sherry Wolf (autora do livro Sexualidade e Socialismo) e disseram, "...continuaremos a andar para trás a menos que nos organizemos e lutemos, independentemente de quem esteja na Casa Branca".
At the NYC abortion rights march, @SherryTalksBack tells that we’ll keep going backwards unless we organize and fight, regardless of who’s in the White House 🔥 pic.twitter.com/ROeSApyCN7
— Left Voice (@left_voice) September 12, 2021
Os trabalhadores da saúde que tomaram a palavra e outras organizações sociais chamaram à organização nos locais de trabalho, nas ruas e ao apelo às mulheres nos sindicatos para se manifestarem e mobilizarem em defesa do direito ao aborto.
Houve também um apelo conjunto para participar na Marcha das Mulheres a 2 de Outubro em defesa dos direitos do aborto e dos direitos reprodutivos. Foi proposta a participação de um contingente de organizações de esquerda e daqueles que estão dispostos a organizar-se independentemente dos partidos das patronais, e não a depositar a sua confiança nos partidos capitalistas.
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Eles convocaram organizações socialistas, feministas e de direitos reprodutivos, da DSA (Democratas Socialistas da América), Universidade de Nova York, Left Voice, entre outros.
The attacks on abortion rights don't stop with Texas. In fact, they are only the beginning.
We can't trust the Supreme Court or the Democrats to defend our right to an abortion. We need to build a mass movement to defend that right.
If you're in NYC, join us this Sunday! pic.twitter.com/4WkNrvFjt9
— Left Voice (@left_voice) September 7, 2021
Nos Estados Unidos, o direito ao aborto está em perigo em todos os Estados, razão pela qual a mobilização insistiu na necessidade de continuar lutando para garantir os direitos reprodutivos e seguir os exemplos das mobilizações massivas na América Latina, como no caso da Argentina em que esse direito foi conquistada como resultado de um movimento maciço.
Como se pode ver nas fotos, o símbolo do lenço verde, instalado na Argentina pela Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto, é usado não só em países latino-americanos, mas também por aqueles que defendem os direitos reprodutivos nos Estados Unidos.