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ECONOMIA E AJUSTES | Dilma diz que ajuste logo trará resultados positivos, contrariando todas as previsões para 2016

A presidente Dilma Rousseff afirmou que o ajuste fiscal, que tem gerado uma série de cortes em benefícios sociais e direitos trabalhistas, "logo" trará resultados positivos para o Brasil.

segunda-feira 21 de dezembro de 2015 | 14:34

No dia em que dá posse a Nelson Barbosa como ministro da Fazenda, Dilma disse que o governo brasileiro trabalha em medidas de estímulo às exportações e aos investimentos em infraestrutura para que o País entre em um "novo ciclo".

"A reorganização do quadro fiscal do Brasil logo trará resultados positivos, juntamente com o fim da crise política que tem afetado o meu segundo mandato desde o seu início", discursou a presidente na 49ª Cúpula do Mercosul, em Assunção, no Paraguai.
Nesse sentido, expressou a primeira sinalização da presidente de que acredita que pode por fim rapidamente na “crise política”, depois de algumas vitórias do governo no tramites do impeachment, particularmente o julgamento do STF.

No discurso que fez sobre “novo ciclo”, ela defendeu o combate à inflação, a consolidação da estabilidade macroeconômica e a volta da confiança na economia como ingredientes para a retomada do crescimento econômico.

"Junto com uma política fiscal, de consolidação, estamos desenvolvendo também um novo ciclo que será marcado por maior estímulo às exportações e ao forte investimento em infraestrutura e energia. O aumento da produtividade favorecerá os investimentos e ajudará na maior geração de empregos", afirmou.

De acordo com a presidente, a economia brasileira entrou em recessão como consequência da lentidão da recuperação mundial e, sobretudo, da violenta queda dos preços das commodities. Esses fatores, segundo ela, afetaram o crescimento brasileiro "de forma conjuntural". Ela afirmou que a economia ainda tem elevadas reservas internacionais e finanças sob controle.

Opinião

Em mais uma tentativa, Dilma Rousseff tenta combinar a política neoliberal de ajuste fiscal e os enormes ataques a classe trabalhadora com uma ilusão de crescimento da economia. A verdade é que todos os indicadores e previsões, até mesmo do governo, indicam que a recessão deve continuar no próximo período.

A saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy e sua substituição por Nelson Barbosa, mais ligado ao governo, hoje já não coloca temor no setor empresarial e financeiro sobre as possibilidades de interromper a política de ajuste, já que ela é um consenso hoje na prática política do governo.

Uma situação econômica que combina grande inflação, queda no índice de empregos e recessão econômica, com mais de 40% do orçamento nacional se esvaindo em pagamento de juros da dívida, fica impossível pensar qualquer recuperação econômica.

Apesar dos discurso de Dilma, a tendência é mais se manter a cartilha neoliberal do ajuste e a total subordinação ao capital financeiro e ao pagamento da dívida, do que uma mudança substancial que possa levar a algum crescimento e maior independência.




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