Os gritos de "Fora Peña Nieto" se fizeram sentir. Dezenas de milhares de jovens, trabalhadores, donas de casa, entre outras categorias marcharam contra o gazolinaço de Peña e as transnacionais.
terça-feira 10 de janeiro de 2017 | Edição do dia
Desde de cedo, milhares de pessoas se concentraram próximos da Ángel de la Independência. Trabalhadores, estudantes e setores populares se integraram a mobilização portando cartazes e bandeiras contra o gazolinaço. Se expressou a saturação da população com o governo de Enrique Peña Nieto e seus planos antipopulares, o mesmo descontentamento que nos últimos 9 dias se mostrou em centenas de bloqueios, marchas e ações em todos os estados da república.
Dezenas de milhares de pessoas recorreram ao Paseo de la Reforma e subiram ao Zócalo da Cidade do México. Estudantes do Instituto Politécnico Nacional- das vocações 2,5,7,8 e da Escola Superior de Computação-, da Universidade Autônoma Metropolitana- do plantel Azcapotzalco-, da Universidade Nacional Autônoma do México- da faculdade de direito, filosofia e letras, assim como da Faculdade de Estudos Superiores de Cuautitlán e de Aragon-, da Universidade Autônoma da Cidade do México, estudantes normalistas.
Trabalhadores do instituto Mexicano de Seguro Social e do Sindicato da união de trabalhadores do instituto de Educação Média e Superior da Cidade do México também participaram da marcha. Isto, entre outros setores de trabalhadores, jovens e do povo em geral que foram parte da mobilização.
Ressonou a consigna "Fora Peña!", que unificou os milhares de manifestantes. O Esquerda Diário esteve presente na mobilização, cobrindo ao vivo a marcha, e distribuindo cartazes contra o gazolinaço e a reforma energética, que foram levadas por milhares de pessoas.
O repudia a Donald Trump também se fez presente na marcha, com a queima de boneco que representava o presidente estadunidense eleito em novembro passado. Peña Nieto Não se salvou, e a raiva que existe se expressou na queima de um boneco com sua figura.
Assim mesmo, se anunciou a convocatória para assembleias populares para este domingo 15 de janeiro, na Plaza de las Tres Culturas ( em Tlatelolco), no Monumento a la Revolución,, no Kiosco de la Plaza Coyoacán e na Las Islas da Cidade Universitária.
Próximo ás 18h, a grande mobilização entrou na Zócalo. Se fez notar a presença do Movimento dos Trabalhadores Socialistas (MTS) com um vistoso contingente.
Colocar abaixo o gazolinaço
Esta grande mobilização se dá depois de 9 dias de ações generalizadas em todo o país, e logo depois de sábado passado várias marchas se realizaram na Cidade do México. O descontentamento com o governo de Enrique Peña Nieto, que durante todo o ano de 2016 arremessou sua popularidade a níveis historicamente baixos, escalou com uma medida que encontrou uma ampla oposição social e que desatou em uma verdadeira indignação popular. Uma verdadeira crise nacional se abriu com o aumento dos preços das gasolinas, e a medida foi criticada inclusive por seus antigos sócios do pacto no México, que hipocritamente tentam recompor-se como "oposição" e preparam-se para 2018.
Sergio Moissen, ex candidato anticapitalista da Assembleia Constituinte da cidade do México e dirigente do MTS, disse que " para derrotar o gazolinaço, avançar na luta contra o governo e fazer real o Fora Peña que se escuta novamente nas ruas, temos que ganhar uma mobilização operária e popular. Nas organizações sindicais que se reivindicam democráticas e opositoras, junto as organizações campesinas, indígenas e de esquerda, temos que convocar um grande Encontro Nacional, para discutir um plano de ação e por data a uma Paralisação Nacional."
Sulem Estrada, ex-candidata suplente a Constituinte e professora de ensino secundário, propôs também que " Para colocar abaixo o gazolinaço, derrotar a reforma energética e impor a racionalização de Pemex sob o controle dos trabalhadores, necessitamos ser milhares nas ruas e paralisar o país, com a classe trabalhadora a frente, junto aos demais setores oprimidos e explorados da sociedade" Moissen e Estrada chamaram a impulsionar e participar das próximas mobilizações, e em particular convocaram o próximo dia 20 de janeiro. Esse dia, " nos mobilizaremos contra o gazolinaço de Peña Nieto e as transnacionais, e contra o misógino racista e imperialista Donald Trump, seu muro e as deportações a ambos os lados da fronteira".
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