Guilherme de Almeida SoaresSão Paulo
quinta-feira 8 de dezembro de 2016 | Edição do dia
Cerca de 600 prefeitos baianos e familiares usufruíram da estrutura do resort cinco estrela all inclusive Vila Galé Mares a beira do mar baiano durante três dias durante o 5º Encontro de Prefeitos, onde discutiram temas como gestão pública e a PEC do Teto dos Gastos que afeta a saúde e educação. Os prefeitos ainda puderam desfrutar de uma festa ao som de forró até o amanhecer, tudo isso patrocinado com o dinheiro público.
Quando foi questionada pelo o site ’’O Globo’’ sobre a programação de lazer do evento, Gabriela uma das organizadoras do evento, respondeu ’’Depois do jantar teve um forró organizado pelo próprio hotel. A gente montou as tendas na área externa para que todos os prefeitos fiquem juntos. É também um momento de confraternização’’.
A União dos Prefeitos da Bahia que organiza o encontro afirmou ter sido pensado, “com uma programação intensa de assuntos direcionados exclusivamente a prefeitos baianos”. Os parceiros da instituição são o governo do Estado da Bahia e órgãos ligados a ele como a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Funasa, Sebrae, Bradesco, Nutricash, Arte e Cultura, E&L Sistema de Softwes, IPM Brasil/Alconta e Fundação Abrinq.
A imprensa da UPB não respondeu sobre os custos do evento, muito menos sobre o fato do encontro ter sido realizado num resort de luxo. De acordo com a explicação da União dos Prefeitos da Bahia. “A escolha do local se deu pelo custo benefício apresentado, uma vez que oferece alimentação, estadia, dois auditórios, salas para workshops, tudo em um só local, alternativa não encontrada em outro lugar. Essa estrutura possibilita imersão e dedicação exclusiva ao conhecimento e à capacitação, que é a nossa intenção”.
Quando foi questionada pelo o site ’’O Globo’’ sobre o custo do evento, Gabriela, organizadora do evento, respondeu ’’Não tenho autorização para falar em custos’’.
Enquanto os estados estão em crise, os trabalhadores e demais setores populares da sociedade em distintas maneiras estão pagando pela crise econômica que o país está passando, os prefeitos da Bahia se dão o luxo de discutir medidas para atacar a maioria da sociedade em um resort de luxo pago com o dinheiro público. Além dos grandes empresários, aqueles que discursam que é necessário apertar os cintos por conta da crise, não estão dispostos a pagar pela resolução da crise pela qual o Brasil está passando.
Essa é uma das recompensas que os políticos da ordem ganham por servir os grandes empresários e banqueiros. O evento que ocorreu na Bahia não é um caso isolado, mas reflexo de um regime podre que sustenta os altos salários e privilégios dos políticos, ministros e juízes. Também é reflexo de um cenário político onde mesmo com a crise econômica que o país está passando, os juízes se dão o direito de aumentar os seus altos salários. Sobra vontade para manter seus privilégios e poder.
No mesmo dia em que sabemos da farra dos políticos da Bahia, sabemos também que João Dória recorreu à cúpula da empresa Oi para agilizar a instalação da rede de telefonia da empresa no condomínio de luxo na praia de Trancoso, na Bahia, onde ele e personalidades como o jogador de futebol Ronaldo Fenômeno, tem casa.
Enquanto os políticos riem da cara dos trabalhadores, a CUT continua com o seu pacto de trégua criminoso dado aos ajustadores do governo e mesmo da oposição mais neoliberal. É preciso organizar uma forte greve geral efetiva para barrar estas medidas que eles discutem em hotel de luxo e também para acabar com os seus privilégios. Pra isso acontecer, devemos lutar por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana para defender que os políticos, juízes e funcionários do alto escalão ganhem o mesmo que um professor, que os corruptos milionários tenham seus bens confiscados e direcionados aos serviços públicos. A crise só poderá ser enfrentada pela esquerda com o protagonismo de nós trabalhadores tomando em nossas mãos os rumos da política.
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