O zagueiro Luiz Gustavo, ex jogador do Cuiabá Esporte Clube, foi ameaçado e assediado moralmente pelo vice presidente do clube, Cristiano Dresch. Ele reivindica valores referentes a verbas trabalhistas e outras obrigações não pagas pelo clube.
Bruna CarvalhoJovem trabalhadora do ABC Paulista e militante do Pão e Rosas
quarta-feira 2 de junho de 2021 | Edição do dia
(Foto: Assessoria Comunicação Dourado)
A ameaça feita pelo dirigente está gravada, e no áudio o dirigente humilha o ex-funcionário do clube que foi chamado de “jogadorzinho de merda”, “seu quebrado”, “seu bosta”, “vagabundo” e com ameaças diretas: “eu sei onde você mora”, “você tá na minha terra”, “abre essa boca sua de novo aí pra cê ver, seu vagabundo”. (sic)
Em conversa com dirigente, o colunista da UOL, Menon afirma que Cristiano Dresch assume os ataques ao jogador e se justifica dizendo que "É um jogador complicado, fazia muitas críticas ao clube..”
Luiz Gustavo que já defendeu o Vasco, sofreu uma lesão, em jogo contra o Luverdense, e precisou ser operado no joelho esquerdo. Na recuperação, o jogador passou a receber pelo INSS, com rendimento que caiu cerca de 10% do que recebia.
O Cuiabá descumpriu a lei ao não manter o vínculo com o jogador, encerrado o período de vigência do afastamento pelo INSS, além do clube não ter seguro por acidente de trabalho, conforme determina a Lei Pelé (9.615/98).
O zagueiro ainda alega, devido as ameaças sofridas, abalos psicológicos e apresentou um Laudo Psicológico que está com “Transtorno de Ansiedade, desencadeado por elevado nível de Stress em decorrência do ambiente de trabalho.”
Não é a primeira situação constrangedora que o time do Cuiabá passou essa semana. O técnico Alberto Valentim foi demitido após empate contra o Juventude na estreia do Campeonato Brasileiro de forma abrupta e inexplicável. Valentim afirma que a tentativa de interferência da diretoria em suas escalações teria sido o real motivo de sua saída do clube.
A influência dos cartolas cresceu no decorrer dos anos e, por causa deles, inegavelmente o futebol brasileiro vive o pior momento de sua história. Dentro e fora do campo. Clubes à beira da falência, desorganização total, corrupção, escândalos envolvendo jogadores, técnicos, empresários e principalmente dirigentes.
Cooptando um esporte criado por trabalhadores, a cartolagem só contribui para transformar o futebol que é paixão da grande massa em uma máquina de gerar lucros.