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Direitos Humanos | 11 vezes em que Israel praticou limpeza étnica, apartheid e terrorismo contra a Palestina

O Esquerda Diário mostra o que a imprensa ocidental oculta sobre o caráter racista do Estado de Israel, trazendo 11 vezes em que praticou limpeza étnica, apartheid e terrorismo contra a Palestina

quarta-feira 11 de outubro de 2023 | Edição do dia

A colonização, a limpeza étnica, as invasões de terras, os ataques a prédios civis, assassinatos de jornalistas, os crimes de guerra, o assassinatos de crianças, o uso de armas químicas, os embargos econômicos e o controle da comida e da água, a negação de vacinas por si só são atos terroristas. A grande mídia internacional, com evidentes interesses imperialistas, apresenta esse processo de colonização como um conflito proporcional, escondendo a brutal desproporção com a qual o povo palestino de origem árabe se defende há 75 anos.

O Esquerda Diário mostra o que a imprensa ocidental oculta sobre o caráter racista do Estado de Israel, trazendo 11 vezes em que praticou limpeza étnica, apartheid e terrorismo contra a Palestina:

1) 1948 - A Nakba (catástrofe em árabe)

Após a primeira Guerra Mundial a Palestina, que estava sob domínio Turco, sofreu a invasão do Reino Unido, que controlou a região de 1920 até 1948, desde então muitos judeus de todo o mundo se mudaram para a região. Após o término da Segunda Guerra Mundial a Assembleia Geral da ONU previu a criação de dois estados, um judeu e outro palestino, a Liga Árabe negou o plano, enquanto os judeus aceitaram. Sem acordo com palestinos, o Estado de Israel foi criado dia 14 de maio de 1948, no dia 15 começou a chamada catástrofe, ou como os palestinos chamam, Nakba. Palestinos saem às ruas contra a expulsão de suas terras e uma guerra covarde se inicia com o roubo de terras sob a mira das armas do imperialismo. Estima-se que em torno de 700 mil palestinos foram forçados a sair de suas casas. A Nakba foi marcada por um brutal massacre do vilarejo Deir Yassin, um vilarejo entre Tel Aviv e Jerusalém, onde pelo menos 100 pessoas foram executadas, incluindo mulheres e crianças.

2) Guerra dos Seis Dias

Em 1967 Israel bombardeou bases aéreas egípcias sob a justificativa de que o Egito estaria se preparando para uma guerra Árabe contra o Estado de Israel. Entre 5 e 10 de junho de 1967 quem estava preparado para atacar, embora com desvantagem numérica, era o estado sionista, para invadir novos territórios como a Cisjordânia e toda a Península de Sinai, que ao norte vai da faixa de Gaza até o Canal de Suez e ao Sul encontra o Mar Vermelho.

3) Primeira Intifada ou guerra das pedras

Intifada significa tremer, ou calafrios de medo. Uma vítima agredida violenta e covardemente, acaso tem direito de se defender? Anos após terem suas terras tomadas, seus vilarejos incendiados, suas crianças e mulheres violentadas e assassinadas, a revolta, em verdade, nunca cessou. Em 9 de dezembro de 1987 eclodiu uma manifestação espontânea contra a ocupação israelense no norte da Faixa de Gaza no campo de refugiados Jabalyiah. Com paus e pedras nas mãos a população palestina partiu para cima dos militares israelenses. A resposta mais uma vez foi desproporcional e a revolta aumentou quando um fotografo palestino publicou imagens que mostravam soldados israelenses molestando violentamente os palestinos. O conflito terminou em 1993 com os Acordos de Oslo assinados pelo então presidente dos EUA Bill Clinton. Mas o que o presidente dos EUA tem a ver com isso? Pasmem, os EUA investem bilhões de dólares todos os anos na militarização de Israel para garantir os interesses imperialistas na região.

4) Segunda Intifada

Em 27 de setembro de 2000, sem nada mais a perder, a não ser a vida, um palestino comete um ato suicida levando junto a vida de um colono judeu no assentamento israelense Netzarim, dentro da Faixa de Gaza. Começa então uma nova escalada de ataques e contra ataques que duram até 2005 oficialmente, mas episódios de violência se sucederam até 2006. Quando começa a Guerra de Israel contra o Líbano e a Operação Chuvas de Verão.

5) Operação Chuva de Verão

A Operação Chuvas de Verão foi uma operação militar iniciada após o sequestro de um soldado israelense por milícias palestinas em 2006. Pontes, uma central elétrica e escritórios do governo palestino foram bombardeados e a crise humanitária se agravou na Faixa de Gaza. Em torno de 700 mil palestinos ficaram sem luz, sem fornecimento de água, comida e atendimento médico durante toda a operação militar do Estado de Israel que durou 5 meses. Foram 405 palestinos mortos, entre os quais 243 civis, 97 crianças na Faixa de Gaza e 15 na Cisjordânia. Do lado israelense morreram 5 militares e 6 civis.

6) Ruptura do Acordo de Oslo com a ampliação da ocupação dos colonos

O resultado do acordo de "paz" selado há 30 anos hoje é muito criticado por muitos palestinos justamente por atar as mãos dos palestinos enquanto Israel tem passe livre para violar qualquer com inúmeras exceções usando o exército. O acordo inclui uma divisão territorial que inclusive é desrespeitada pelo próprio Estado de Israel, que patrocinou e financiou a colonização de áreas da Cisjordânia incluindo Jerusalém Oriental, o que é considerado uma invasão pelo direito internacional. O número de colonos israelenses nessas áreas, que era de 100 mil lá atrás, hoje chega à 700 mil.

7) A construção do muro de Israel}

Outro exemplo da política de apartheid praticada por Israel foi a construção do muro, uma barreira entre o atual território israelense e a Cisjordânia. Idealizado por Ariel Sharon, a construção iniciou-se em 2002, contou com a exploração de mão de obra "barata" palestina e ainda contém diversas incursões dentro do território que estava delimitado nos acordos anteriores com a autoridade palestina.

8) Operação Coluna de Nuvem (2012) e Operação Margem Protetora (2014)

Entre 14 e 21 de novembro de 2012, Israel bombardeou a Faixa de Gaza na Operação Coluna de Nuvem. Novamente, em 2014, Israel lançou a "Operação Margem Protetora” com bombardeios na Faixa de Gaza que provocaram mais de 2310 palestinos assassinados.

9) Apartheid das vacinas da Covid-19

Durante a pandemia da Covid-19, o Estado de Israel desviou as vacinas enviadas para a população palestina e realizou a vacinação de sua própria população primeiro. Mais uma demonstração da crueldade e do caráter racista do Estado de Israel, que se aproveitou da pandemia para botar em prática a sua política de limpeza étnica contra o povo palestino.

10) Assassinado de Shireen Abu Akleh e bombardeio a prédio da imprensa Al Jazeera e AFP

Em 2022, a jornalista Shireen Abu Akleh foi brutalmente assassinada pelo exército de Israel enquanto trabalhava fazendo a cobertura da Al Jazeera sobre as ações militares documentando as violações dos direitos humanos cometidos por este exército. Nem o direito a um velório a jornalista teve respeitado, já que o exército israelense também reprimiu o velório da jornalista. Em 2021, o exército Israelense bombardeou um edifício de 12 andares aonde funcionavam os escritórios de imprensa da AFP e da Al Jazeera, num claro interesse de silenciar a imprensa em relação as ações desumanas cometidas pelo Estado de Israel.

11) O cerco com bombardeio da Faixa de Gaza em 2023

O atual cerco na Faixa de Gaza é mais um dos crimes de guerra cometidos por Israel contra o povo palestino. O impedimento da entrada de mantimentos e ajuda humanitária, combinado com o bombardeio indiscriminado de casas, prédios, moradias, escolas e hospitais, é mais uma demonstração do caráter racista do Estado de Israel, que utiliza de uma suposta "defesa" de seu território para, na realidade, perpetrar a política que vem fazendo há 76 anos, de apartheid, limpeza étnica e terrorismo contra o povo palestino.

Frente à escalada do conflito e a declaração de guerra do Estado de Israel contra o povo palestino, defendemos o direito à resistência e à autodeterminação nacional do povo palestino. Não compartilhamos da estratégia e dos métodos do Hamas. Lutamos por uma Palestina operária e socialista.

Leia mais: Abaixo os bombardeios e a intervenção militar israelense contra o povo palestino

Nós do MRT, que impulsionamos o Esquerda Diário no Brasil, assim como em nenhum país onde estamos como membros da Fração Trotskista, não compactuamos com os atos terroristas do Hamas, no entanto, citamos nesta nota algumas operações e situações em que o Estado sionista de Israel foi terrorista contra o povo palestino.




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