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Educação | Consulta Fake: mudanças no Ensino Médio são negociadas à portas fechadas sem educadores

Vitor Angelo, presidente do Consed e Secretário da Educação do Espírito Santo, soltou em suas redes sociais: "Nossa proposta é similar ao que o governo pretende anunciar após a consulta pública sobre o novo modelo educacional".

quinta-feira 6 de julho de 2023 | Edição do dia

O presidente do Conselho de Secretários da Educação deixou escapar em nas suas redes sociais o que muitos já suspeitavam: que a consulta sobre o novo ensino médio não passa de uma grande balela do governo para ganhar tempo com educadores, enquanto costura acordos à portas fechadas com governos e grandes empresas da educação privada.

Vitor Angelo, presidente do Consed e Secretário da Educação do Espírito Santo, soltou em suas redes sociais: "Nossa proposta é similar ao que o governo pretende anunciar após a consulta pública sobre o novo modelo educacional", nesta segunda. Ocorre que a tal consulta pública ainda está aberta e vai até quinta.

A consulta foi alvo de inúmeras críticas de diversos especialistas e entidades da educação, por, em seu formato, não permitir propostas reais de mudança no Novo Ensino Médio, como afirma por exemplo, a Comissão de Trabalho sobre o Ensino de Filosofia, que compreende que o seu propósito é apenas de revisão de alguns pontos do NEM, sem atacar sua própria estrutura.

Tanto o Lula quanto o Consed já tem propostas para a reestruturação do Ensino Médio. E estas já estava prontas bem antes da consulta pública, que foi criada apenas como forma de ganhar tempo e tentar apaziguar educadores em todo o país, já que a expectativa era de revogação do NEM.

Ao invés disso, Camilo Santana, ministro da Educação, com ajuda dos secretários da Educação dos governos estaduais, pretendem remendar o NEM e manter seu legado, como já disse anteriormente. Acordaram uma proposta à portas fechadas e fingiram ouvir educadores através de uma consulta fake.

A revogação completa do NEM só vira através da luta com independência do governo

Há menos de uma semana, a educação Estadual do Rio de Janeiro encerrou uma greve de 42 dias, e está agora sofrendo repressão do governo de Cláudio Castro, com corte de ponto e um calendário de reposição autoritário, greve esta que, além de exigir o piso salarial da categoria, também exigiu a revogação do NEM.

Enquanto a greve acontecia, Flávio Dino veio ao Rio de Janeiro em evento público com Claudio Castro e anunciou o repasse de R$ 112 milhões para o Estado investir em viaturas e equipamentos de repressão da PMERJ. Ainda anunciou que teria mais R$ 90 milhões para a construção de 2 novos presídios no RJ.

Leia aqui: Em meio à greve da educação, Flávio Dino libera mais recursos para as chacinas de Cláudio Castro

Nenhuma menção à área da educação, à qual o governo Lula mantém refém do criminoso acordo de Recuperação fiscal assinado por Pezão e Temer, que impede novos investimentos em Saúde e Educação. Não mencionam pois o programa do governo Federal é manter o arrocho na educação através do Novo Arcabouço Fiscal, um Teto de Gastos com nome diferente.

Essa enrolação toda conta, ainda, com a ajuda da Confederação Nacional de Trabalhadores da Educação, a CNTE, que jogou todas as forças para legitimar a tal consulta fake, enquanto que país afora atuou para impedir a mobilização de profissionais da educação, sem dar nenhum apoio à greve do Estado do Rio, sem lutar contra a repressão judicial da greve da Educação no DF. O SEPE-RJ e outras entidades da Educação que se dizem contra o Novo Ensino Médio, e que estão na CNTE, deveria exigir da direção da entidade uma paralisação nacional contra o NEM e pelo pagamento do piso nos estados, além de exigir que a entidade lute contra a repressão aos grevistas; é por esse caminho, e não pelo caminho de apostar em acordos à portas fechadas, que a luta da educação deve seguir.




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