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04 anos do Massacre em Paraisópolis | Denúncia: PM apreende carro de som para impedir ato em memória às vítimas do massacre de Paraisópolis

Ontem, 1 de dezembro, completou-se 04 anos do massacre de Paraisópolis, quando nove jovens morreram asfixiados fruto de uma ação policial criminosa durante uma festa tradicional, o baile da DZ7.

Patricia GalvãoDiretora do Sintusp e coordenadora da Secretaria de Mulheres. Pão e Rosas Brasil

sábado 2 de dezembro de 2023 | Edição do dia

Os familiares, amigos e apoiadores da luta por justiça, organizaram um ato no MASP, local onde tradicionalmente acontecem atos e manifestações, inclusive com carro de som. O ato deveria contar com apresentações de música, poesia, dança da periferia e homenagens aos jovens mortos e suas famílias. Foram solicitadas todas as autorizações para que a homenagem e apresentações pudessem acontecer.

Para que fossem ouvidas as vozes das mães e dos familiares dos jovens e as apresentações artísticas, apoiadores cederam um carro com um paredão de som. Algo modesto para um local que recebe trios elétricos e caminhão de som em atos. Mas, simbólico da cultura da periferia, com luzes e cores que iriam brindar o ato com um singelo espetáculo. Assim foi organizado com todo cuidado.

Mas, a polícia militar de Tarcísio de Freitas, a mesma polícia que sob o comando de João Dória tirou a vida dos 9 jovens no baile da DZ7, depois de mais de uma hora e meia de discussão que atrasou o início do ato, apreendeu o veículo com a aparelhagem de som. Sequer ouvir a denúncia das mortes queriam permitir. Não foram suficientes os argumentos das mães, dos parlamentares e da defensoria. Nem o bom senso, algo que a PM não tem. Pelo menos não na periferia.

Mas, como expressou Danylo Quirino, irmão de um dos jovens, não vão calar as vozes daqueles que transformaram a luta por justiça na sua própria vida. Com um megafone e depois uma caixa de som conseguida às pressas, o ato e as homenagens aconteceram e foi possível marchar até a praça do ciclista. Um enorme contingente policial acompanhou o ato, não, obviamente, para garantir a segurança dos presentes, mas para impedir ostensivamente qualquer manifestação de protesto não autorizada por aqueles que decidem quem vive ou morre nas ações policiais.

A força dessas mulheres que estavam ali com seus filhos, a força das mães estão em luta permanente por justiça, dos jovens da periferia que foram ali mostrar que tem direito a vida, contagiou os presentes e o grito por justiça ecoou do vão do MASP até as ruas. E não vão parar. No dia 18/12 às 10h no fórum da Barra Funda, dia da segunda sessão do julgamento dos policiais responsáveis pelo massacre, estarão novamente em ato na luta por justiça. Pelos 9 que todos nós perdemos e pelas milhares de crianças assassinadas pela PM e pelo estado capitalista. Para que os jovens tenham direito de viver e serem felizes.




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