Enquanto a luta contra Bolsonaro e Mourão se torna cada vez mais urgente, vários estudantes são impedidos de falar nos GTs do Encontro LGBT da UNE, e a vereadora Walkiria Nictheroy (PCdoB), que foi favorável a Reforma da Previdência em Niterói (RJ) que irá afetar principalmente os setores mais oprimidos da sociedade, é convidada de honra na mesa que inaugurou o encontro
Juliane SantosEstudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
quarta-feira 14 de julho de 2021 | Edição do dia
O Congresso Extraordinário da UNE, que ocorre entre os dias 14 e 18 de julho, foi antecedido pelo Encontro LGBT no dia de hoje (14), ambos construídos por fora da participação ampla dos estudantes, sem votação de delegados em cada Universidade e excluindo a possibilidade de estudantes que adentraram na faculdade nos últimos dois anos poderem decidir, impondo uma votação com participação exclusiva da diretoria eleita em 2019, 70% composta pela UJS, PT e Levante Popular da Juventude.
Para além do processo de construção burocrática do congresso, a ampla maioria dos estudantes estão sendo impedidos de ter direito a voz nos GTs do Encontro LGBT e nas mesas realizadas no Conune já desde o primeiro dia, o que impede uma discussão ampla e democrática.
Estou no GT "Mundo do Trabalho: jovens, LGBTs e trabalhadores" do Encontro LGBT da @uneoficial e está sendo NEGADO o direito à fala e a transparência na ordem que estão decidindo. É um escândalo!#4EncontroLGBTDaUNE#FaiscaNoConune
— Luno da Faísca (@misocentrado) July 14, 2021
A direção da União Nacional dos Estudantes, composta pelas juventudes do PT, PCdoB e Levante Popular da Juventude, organizou o Encontro LGBT da UNE, realizado hoje, 14, onde foram realizados Grupos de Trabalho em que a ampla maioria dos estudantes não tiveram direito a voz, como o GT de Segurança pública: o avanço neoliberal e o impacto em nossas vidas e o Mundo do trabalho: jovens, LGBTs e trabalhadores! Um espaço como esse deveria estar a serviço de debater democraticamente, com todos os estudantes presentes, como organizar a luta LGBT, em aliança com os trabalhadores e demais setores oprimidos, contra todos os ataques do governo nojento de Bolsonaro e de todo o regime do golpe.
Enquanto os estudantes eram impedidos de falar, a vereadora Walkiria Nictheroy (PCdoB), que votou a favor da Reforma da Previdência em Niterói, que ataca principalmente os setores mais oprimidos da sociedade, foi convidada de honra da mesa que iniciou o Encontro LGBT. Além disso, figuras como Brisa Bracchi, vereadora do PT em Natal, destacaram uma suposta importância da auto-organização, enquanto seu partido anuncia ataques aos professores como fez Rui Costa (PT), governador da Bahia, anunciando cortes de ponto aos professores.
Encontro LGBT da @uneoficial não garante o direito de fala a todos os inscritos, nem libera a lista de inscrição nos GTs! Escandaloso! Um encontro anti-democrático, por fora das bases dos estudantes, não serve para organizar a luta contra Bolsonaro e Mourão!#FaíscaNoConune pic.twitter.com/j5gXPx5GhS
— ✨ Faísca ✨ (@faiscajuventude) July 14, 2021
Em um momento de fortes ataques às LGBTs, com assassinatos como de Crismilly, Ana Paula, Gabriel e o escandaloso caso de Roberta, queimada viva em Recife, somados a profundos ataques do governo LGBTfóbico de Bolsonaro-Mourão, legitimadores da violência contra as LGBTQI+, que abrem ainda mais espaço para violência contra os LGBTs no país, governos, Congresso Nacional e STF, que estão juntos para garantir o lucro dos empresários e grandes capitalistas e atacar a classe trabalhadora e os setores mais oprimidos, seria fundamental que o espaço de um congresso nacional dos estudantes servisse para organizar nossa luta, com debates democráticos para refletir em qual estratégia devemos colocar nossas forças, e construir uma forte unidade entre estudantes, trabalhadores e setores oprimidos, confiando nas nossa própria luta e não esperando até 2022 e nem confinado em alianças com setores de direita e até de extrae direita arrependida, como Kim Kataguir e Joice Hasselman, precisamos organizar uma greve geral que barrasse todos os ataques.
A gente da juventude Faísca batalha para denunciar a política burocrática desses partidos que hoje dirigem tanto a UNE quanto as principais Centrais Sindicais do país, a CUT (dirigida pelo PT) e a CTB (dirigida pelo PCdoB), e por isso faz um chamado a oposição de esquerda com a proposta de uma plenária unificada da oposição à esquerda da direção burocrática da UNE, assim como seguimos na batalha pela forte e única unidade capaz de derrotar os ataques do governo Bolsonaro e Mourão, entre estudantes e trabalhadores, por uma greve geral.
Não é possível que a oposição supostamente à esquerda siga se adaptando à majoritária. Por isso propomos uma plenária unificada da oposição à esquerda onde possamos debater abertamente nossas ideias. https://t.co/CJolKmb9xe#PlenáriaUnificadadaOposição#FaíscaNoConune pic.twitter.com/srLmkR7Umv
— ✨ Faísca ✨ (@faiscajuventude) July 14, 2021
Conheça nossa tese: Transformar nosso ódio em revolução! Fora Bolsonaro e Mourão!