Na última quinta-feira (22) a população do município de Santo André no ABC paulista, e também dos territórios vizinhos ao Polo Petroquímico de Capuava, viveram momentos de bastante tensão e medo com a explosão ocorrida na empresa Braskem. A tragédia aconteceu durante a manutenção em um tanque de armazenamento de produtos químicos no complexo industrial. Foi possível visualizar a nuvem escura de fuligem e resíduos a quilômetros do local.
domingo 25 de junho de 2023 | Edição do dia
As informações veiculadas na mídia regional, e confirmadas posteriormente, foram de que infelizmente houve uma vítima fatal, três trabalhadores ficaram gravemente feridos com até 90% do corpo queimado, além de outros três que tiveram ferimentos em menor proporção. Com o trágico episódio se escancara a realidade de precarização dos trabalhadores desse polo industrial que é um dos maiores do Brasil e é composto por diversas indústrias químicas, plásticas, engarrafadoras de gás e outras que atuam na cadeia produtiva do setor petroquímico. Importante lembrar que não é a primeira vez que acontece uma explosão no polo, e ainda tão grave como esses episódios trágicos é a poluição do Rio Tamanduateí e do ar, que silenciosamente segue gerando doenças de pele e respiratórias, matando a população do entorno do Polo Petroquímico de Capuava.
A Braskem, empresa responsável pelo tanque que explodiu terceiriza a maior parte do seu quadro de trabalhadores, desse modo joga no colo de empresas menores a responsabilidade por qualquer dano material, humano ou ambiental que venha a ocorrer. As informações que chegaram até a redação do Esquerda Diário é de que tudo segue dentro da “normalidade” na planta industrial e que os trabalhadores seguem se expondo à níveis brutais de insegurança e adoecimento, pois o que importa para os grandes empresários é a manutenção dos seus lucros exorbitantes.
Diante ao ocorrido fica evidente a gravidade da situação que é imposta aos trabalhadores devido à reforma trabalhista, que expandiu enormemente a terceirização dos postos de trabalho, rebaixando salários, ampliando o tempo trabalhado e diminuindo investimento em segurança para que os trabalhadores sigam morrendo em plena jornada de trabalho.
O Esquerda Diário se solidariza com todos os trabalhadores da Braskem e de todo o Polo Petroquímico de Capuava, especialmente com os que sofreram ferimentos devido a explosão, com a família do trabalhador morto e todas as outras famílias que sentem medo com a dúvida se seu ente querido irá retornar para casa depois de um dia de trabalho.
Veja fala da professora Maíra Machado, coordenadora da subsede Santo André da APEOESP, em apoio aos trabalhadores:
Conheça e apoie o Manifesto contra a terceirização e a precarização do trabalho.
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